A Polícia Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a quebra dos sigilos bancário e fiscal do ex-presidente Jair Bolsonaro. Além disso, também busca autorização para tomar seu depoimento.
Objetivo do pedido é saber se o dinheiro das joias sauditas chegou a Bolsonaro e se o valor da recompra de alguns itens saiu da conta dele, já que o destino e a origem podem evidenciar lavagem de dinheiro.
O pedido ocorre após a operação da PF que fez buscas e apreensões em endereço do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Houve buscas também na casa do pai de Cid, o general da reserva Mauro Lourena Cid.
Tentativa de venda de joias
De acordo com a apuração realizada pela Polícia Federal, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, teria levado presentes recebidos pelo governo brasileiro para os Estados Unidos, com uma suposta intenção de comercializá-los.
Os objetos foram transportados no mesmo avião presidencial utilizado por Bolsonaro em sua viagem para Orlando, ocorrida em 30 de dezembro do ano passado, às vésperas do término de seu mandato.
A investigação da PF levanta a suspeita de que valores referentes à venda de presentes de alto valor, recebidos por autoridades públicas brasileiras de autoridades árabes, foram depositados na conta do pai do ex-ajudante.
O relatório da operação destaca que esse método teria sido utilizado para remover do país pelo menos quatro conjuntos de bens que foram recebidos pelo ex-presidente da República durante suas viagens internacionais enquanto chefe de Estado.
Defesa de Jair Bolsonaro
A defesa do ex-presidente disse que ele “jamais se apropriou ou desviou” bens públicos. Em nota divulgada à imprensa, os advogados também afirmaram que Bolsonaro vai colocar seu sigilo bancário à Justiça.
“Sobre os fatos ventilados na data de hoje nos veículos de imprensa nacional, a defesa do [ex] presidente Jair Bolsonaro, voluntariamente e sem que houvesse sido instada, peticionou junto ao TCU, em meados de março, requerendo o depósito dos itens naquela Corte até final decisão sobre seu tratamento, o que de fato foi feito. O [ex] presidente Bolsonaro reitera que jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos, colocando à disposição do Poder Judiciário sua movimentação bancária.”, declarou a defesa.