O ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, emitiu uma nota resposta a respeito da Operação Sofisma, deflagrada pela Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Dercap), nesta quinta-feira (23/1). No texto, Marconi diz que a ação causa “profunda estranheza” a se restringir a apenas três veículos de comunicação. Os casos investigados ocorreram durante o governo tucano em Goiás.
O político também questiona o motivo de outros órgãos de comunicação, que segundo ele, também receberam mídias do governo anterior, não serem investigados. Por fim, Marconi Perillo classifica a operação policial como “Operação Censura”. “É a verdadeira face de um governo ineficiente e inoperante”, diz na nota.
A Operação Sofisma, deflagrada nesta quinta-feira (23/1), pela Polícia Civil, por meio da Dercarp, apura fraudes na contratação e superfaturamento de contratos celebrados a partir de 2014 entre Agecom, atual Agência Brasil Central (ABC), Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) e empresas especializadas em comunicação digital (blogs e sites) via internet, cujo objeto seria a divulgação de campanhas educativas relacionadas a diversos órgãos do Estado de Goiás.
Marconi cita “censura” e diz que atual política está mais próxima de Goebbels, mentor da comunicação de Hitler
Em nota, Marconi disse ainda que a operação “é a verdadeira face de um governo ineficiente e inoperante, que não aceita lidar e conviver com os princípios democráticos da crítica e do contraditório”. Leia na íntegra:
Causa profunda estranheza o fato de a operação policial em questão se restringir unicamente a três veículos de comunicação, que juntos somam mais de 4 milhões de acessos mensais em seus sites e têm em comum linha editorial independente e combativa, que aponta os erros do atual governo.
A pergunta que fica é: Por que não investigam todos os outros órgãos de imprensa que também receberam mídias do governo anterior? As contratações dos espaços publicitários nesses veículos foram realizadas absolutamente de acordo com a legislação, respaldadas em licitação. As agências tinham autonomia para, com base em audiência e público, definir a veiculação das campanhas de prestação de contas do governo.
Essa ação policial de hoje tem nome: Operação Censura. É a verdadeira face de um governo ineficiente e inoperante, que não aceita lidar e conviver com os princípios democráticos da crítica e do contraditório, e que se mostra cada dia mais próximo da política adotada por Joseph Goebbels, o mentor da comunicação do governo de Adolf Hitler: perseguir a imprensa livre e repetir mentiras, infinitas vezes, para tentar transformá-las em verdades.
Operação Sofisma
Durante a operação, foram cumpridos 17 mandados nas empresas Investo Comunicação e Marketing; Espaço Nobre Comunicação e Marketing LTDA; Logos Propaganda LTDA; Detran-GO; Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego); Agência Brasil Central (ABC). As buscas ocorrem em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Hidrolândia.
A ação, desempenhada por mais de 100 policiais civis, delegados, agentes e escrivães, mira 13 investigados no estado, sendo eles:
- Cristiano Livramento da Silva
- Marcia Regina de Paiva Bittencourt
- João Bosco Bittencourt
- João Furtado de Mendonça Neto
- Luiz Carlos Alves
- Eni Isabel de Aquino Alves
- Cleuber Carlos Nascimento
- Luiz José Siqueira
- Manoel Xavier Ferreira Filho
- Antonio Augusto Passos Danin Junior
- Carlitos Ramos Verano
- Fernando Azevedo de Souza Verano
- Maria do Socorro Correa Neves Verano
- Danilo da Silva Dias
Os investigados dizem a Operação Sofisma é uma “perseguição” ao atual governo.