Após visita aos depósitos da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), nesta terça-feira (28/3), o presidente da Comissão Especial de Inquérito (CEI), que investiga a empresa, vereador Ronilson Reis (PMB), disse não ter encontrado qualquer material guardado em estoque para realização de obras da Prefeitura de Goiânia.
O diretor administrativo-financeiro da Comurg, Adriano Gouveia, havia declarado, na segunda-feira (27), que o dinheiro pago antecipadamente pela Prefeitura de Goiânia para execução de obras contratadas, foi usado para compra de insumos, que estariam guardados.
Contudo, o vereador relatou haver contradição entre as afirmações do presidente da Comurg, Alisson Borges, durante seu depoimento em 23 de março, e as de Adriano, nesta terça-feira (28).
Na ocasião, ao ser questionado pelo vereador Paulo Henrique da Farmácia (Agir) sobre o paradeiro do dinheiro pago pela Prefeitura, o presidente da companhia declarou que os recursos foram utilizados para pagamento de funcionários, uma vez que a Comurg tem operado com déficit.
Durante sua visita aos depósitos, o presidente constatou que não havia nenhum material armazenado. Além disso, ele afirmou que os funcionários que o acompanharam não puderam indicar o paradeiro dos insumos destinados a obras contratadas pela prefeitura.
O Portal Dia procurou a Comurg e a Prefeitura de Goiânia para se posicionarem sobre o assunto, no entanto, até o fechamento desta matéria, não obteve retorno.
Comurg recebeu pagamento antecipado da Prefeitura de Goiânia para execução de obras
Durante a sessão plenária realizada no dia 8 de março, o presidente da Câmara Municipal de Goiânia, o vereador Romário Policarpo (Patriota), denunciou que a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Prefeitura de Goiânia havia efetuado um pagamento antecipado de R$ 8 milhões à Comurg.
Segundo o presidente da casa, o contrato firmado entre a SRI e a Comurg tinha o propósito de realizar obras por meio das emendas impositivas dos vereadores. Contudo, apenas dois dias após a assinatura do contrato, a Prefeitura realizou o pagamento antecipado, sem que as obras tivessem sido iniciadas, o que pode configurar improbidade administrativa.
Além disso, o vereador Policarpo destacou que o adiantamento do pagamento em serviços públicos é proibido e que o contrato estabelecia que a Comurg iniciaria a execução das obras, seguida pela medição feita por fiscal da SRI, emissão da nota fiscal e, por fim, o pagamento. Policarpo argumentou que a Prefeitura inverteu completamente essa ordem, o que pode ser considerado um desvio de conduta.