Neste sábado (25/3), em publicação no Instagram, o governador Ronaldo Caiado (UB) declarou que a Enel, antiga concessionária de distribuição de energia em Goiás, tentou prejudicar e “melar” a licitação que alugaria 114 ônibus elétricos para o Eixo-Anhanguera em Goiânia e região.
De acordo com ele, a a Enel aguardou até às 22h da última quinta-feira (23) para apresentar mais de 100 questionamentos sobre o pregão e solicitar a suspensão da licitação. O processo licitatório estava previsto para ocorrer nesta segunda-feira (27).
Por sua vez, a Metrobus respondeu às questões ainda na sexta-feira (24), enquanto a Enel, segundo o governador, acionou a Justiça com um mandado de segurança para suspender a licitação em andamento. No entanto, este ainda não foi julgado.
“Trata-se de uma manobra clara com o único objetivo de prejudicar a licitação, visto que alguns dos questionamentos se referem à modelagem que a própria Enel propôs quando apresentou seu Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), ainda no ano passado”, disse o governador.
Questionamentos da Enel sobre a licitação de ônibus elétricos
A Enel questiona, na justiça, a divisão de responsabilidades no contrato, que mantém a Metrobus operando o transporte enquanto a futura contratada fornece ônibus elétricos e cuida da manutenção e infraestrutura.
De acordo com a empresa, a contratada não tem controle sobre o mau uso dos ônibus ou a execução inadequada do carregamento, mas é responsável pela reparação e substituição dos veículos, quantas vezes for preciso.
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A companhia se queixa do valor mensal a ser pago à futura contratada sobre os custos relacionados à prestação dos serviços, incluindo a manutenção.
Segundo a Enel, isso significa que, independentemente da quantidade de manutenções corretivas necessárias, feitas pela contratada, o valor a ser pago pela Metrobus permanecerá inalterado.
Dessa forma, a empresa acredita que esse tipo de estrutura cria um incentivo negativo para a Metrobus e seus funcionários, que podem não se preocupar com o cuidado adequado dos bens alugados.
Além disso, o contrato não prevê sanções para a Metrobus em caso de desmazelo, e o valor pago mensalmente à contratada já engloba todos os custos, o que pode incentivar a falta de zelo por parte da Metrobus.
A Enel ainda ressalta que a falta de clareza no contrato é ainda mais evidente quando se considera a necessidade de autorização da Metrobus para reparos, que são precificados com preços fixos para cada peça e serviço.