Anunciada recentemente pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), a liberação do saque de parte do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), de contas ativas e inativas, deu um sopro de ânimo para o trabalhador que tem contas atrasadas ou simplesmente deseja adquirir algum bem de consumo. Entretanto, a ação é vista com cautela, uma vez que o dinheiro extra deve movimentar a economia mas não de forma tão significativa. É como avalia o diretor tesoureiro da Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio-GO), Silvio Yassunaga.
Para Yassunaga, o valor liberado para o saque é baixo (R$ 500 reais) mas é a somatória do total de consumidores que deve provocar algum efeito na economia de Goiás. “No nosso entendimento é que [o FGTS] movimente. Mesmo sendo um valor individual, pequeno, acaba sendo considerável no montante total”, diz.
O diretor tesoureiro explica que, por se tratar de uma valor pequeno, a parte sacada do FGTS pelo trabalhador deve ir para o consumo. De acordo com Yassunaga, o impacto na economia vai existir, mas não deve ser significativo. “Não vai ter aquele grande impacto, mas vai ter uma movimentação sim”, conta.
Os “saques imediatos” de até R$ 500 reais das contas ativas e inativas do FGTS terão início em setembro deste ano. Os saques inferiores a R$ 100 poderão ser realizados em casas lotéricas.
“Estamos com a economia travada”, diz diretor tesoureiro da Fecomércio
Quanto ao cenário atual na economia, tanto em Goiás quanto no resto do país, Silvio Yassunaga não enxerga com bons olhos. De acordo com ele, o Brasil não está em uma boa fase econômica e o crescimento tem sido notado de forma intermitente.
“Nós estamos com uma economia travada. Não só pelo governo estadual [gestão Caiado], mas numa situação a nível nacional. A gente não consegue ter vendas, e não tem crescimento numa sequência. O que a gente percebe é que numa semana a gente consegue um crescimento, mas na seguinte ele cai”, afirma.
O diretor tesoureiro diz ainda que nem mesmo as festas de fim de ano, que costumam aquecer o comércio, podem ser capazes de salvar a economia de Goiás em 2019. “A gente não pode se entusiasmar demais, não. Há três anos temos grandes expectativa com as festas de fim de ano, e elas não se cumpriram”.
Entretanto, nem tudo está perdido. Yassunaga vê com otimismo o ano de 2020, e acredita que com as reformas por parte do governo, a economia pode apresentar uma melhora, mesmo que tímida. “Vai ter uma melhora. Não vai ser espetacular, como era antigamente, em anos anteriores, mas vai ter uma melhora, sim”, finaliza.