O reitor da UEG – Universidade Estadual de Goiás, Haroldo Reimer, fez campanha aberta para candidatos do PSDB e seus aliados nas eleições de 2018. O professor-doutor não se intimidou em ser filmado e fotografado diversas vezes em total engajamento eleitoral do governo tucano, inclusive empunhando bandeiras com o número 45 e liderando grupos para promover adesivaço em pontos estratégicos de Goiânia.
Além de fazer campanha aberta para o clero tucano ele exercia com mão de ferro o poder na UEG, a ponto de professores, alunos e servidores tecerem uma fina ironia aludindo à área do doutorado do reitor, mudando o epíteto de “magnífico” para “altíssimo”. Em suas diatribes ladeado pela (então) senadora Lúcia Vânia, candidata à reeleição, e outros candidatos do ninho tucano, o “altíssimo” aludia diretamente ao que considerava “necessário” ocorrer, ou seja, a reeleição de José Éliton e a manutenção do governo do PSDB.
Vídeo mostra reitor da UEG fazendo campanha abertamente
Professores e servidores lamentam o que consideram “desrespeito à liturgia do cargo” o reitor se empenhar pessoalmente em campanhas eleitorais com engajamento ideológico e partidário. Em uma dessas inúmeras aparições, Haroldo Reimer se refere aos governos do PSDB como sendo “responsáveis pela estruturação e “progresso” da UEG. No vídeo ele está ao lado de Lúcia Vânia, que ficou em quarto lugar na disputa, tendo ao fundo outros candidatos a deputado estadual como João Gomes (PP), também derrotado e outros apoiadores, sendo que a maioria eram servidores e até pró-reitores da UEG.
No canto direito do vídeo há um banner com o nome e número de Marconi Perillo, candidato ao Senado e no centro, o banner padrão de “Zé Éliton”. Haroldo Reimer, o “altíssimo”, usa expressões destoantes de um doutor em teologia e se refere aos governos tucanos como sendo os que lhe deram “costas quentes” para terem cumprido seu desiderato no período.
O comprometimento do reitor para com a tentativa dos tucanos de se manterem no poder fica patente até com a preocupação dele de que Ronaldo Caiado venceria no primeiro turno e ele teria sua hegemonia na UEG colocada em risco. “Daqui até o dia 7 (de outubro, quando seria o primeiro turno) em que ainda há muito voto a ser conquistado, para que tenhamos seguramente, em primeiro lugar um segundo turno, no qual todas as propostas serão novamente discutidas e as pessoas poderão avaliar novamente com qualidade e tempo todas as propostas”, expressou o declarado tucano Haroldo Reimer.
Em seguida ele alude a uma exortação de confiança dos (parcos) eleitores presentes naquele ato. “Então, gente, até lá vamos confiar que haverá um segundo turno, mas que isso também vai depender de cada um de nós”, frisou. Daí pra frente o “altíssimo” arrombou a liturgia e declarou abertamente sua preferência para o governo e pediu voto de forma arregaçada para seus candidatos. “De nossa parte, o voto é ‘voto no Zé’ e na doutora Raquel (Teixeira, candidata a vice de José Éliton)”.
Após a derrocada dos candidatos tucanos ainda no primeiro turno, Haroldo Reimer cuidou de manter uma suposta independência e de fazer crer que está no posto como técnico e que não tem envolvimento político. Suas manifestações já no novo governo destoam completamente do que era antes da eleição, quando não teve qualquer pudor em anunciar a criação de um campus da UEG na Região Noroeste de Goiânia, onde sabia que os candidatos tucanos tinham muita dificuldade até para pedir votos e as chances de algum sucesso eram remotas. Esse anúncio foi feito durante o período eleitoral, denotando envolvimento político da instituição que precisava ser preservada com os donos do poder nesse tempo. O uso da máquina impensável para uma universidade.