O futuro ministro de Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, disse que a prisão do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, é “algo perfeitamente normal”. Sem opinar sobre os supostos crimes apontados contra o emedebista, o ex-juiz federal elogiou o autor da ordem de prisão, o ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), relator da Lava Jato no tribunal.
“Essa é uma questão que foi decidida pela Justiça, o ministro Felix Fischer. Um grande ministro, tem todos os meus elogios e o reconhecimento de outras pessoas. Mas o assunto atinente (relacionado) à Justiça, algo perfeitamente normal”, disse Moro nesta quinta-feira, 29, em Brasília.
Pezão foi preso na manhã desta quinta-feira, no Rio de Janeiro, acusado de comandar uma organização criminosa em substituição ao ex-governador do Estado, Sérgio Cabral, e ser beneficiado de um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro de até R$ 25 milhões em valores históricos.
Ministério
A cerca de um mês de assumir a pasta, Moro disse também que deseja ter mais recursos para reformular a estrutura do Ministério da Justiça e da Segurança Pública. Ele reconheceu que há limitações orçamentárias para a criação de cargos e novas secretarias.
“Existe uma série de limitações de cargos e de orçamento. O foco na parte de corrupção deve ser mais o DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional), que já existe. Ele tem a parte de cooperação jurídica e internacional mas tem também o laboratório de lavagem de dinheiro. O que não impede também que a Operações Integradas passe também a operações relativas a corrupção, integradas. Mas, assim, o desejo seria que houvesse uma grande margem de manobra para criar uma estrutura”, disse Moro.
O comentário do futuro ministro foi feito após questionamento sobre se há um plano de criar uma nova secretaria específica para combate à corrupção, assim como será feito em relação à Secretaria de Operações Policiais Integradas – que será comandada pelo ex-superintendente da PF no Paraná, terra da Lava Jato.
Equipe
Sobre a definição de postos estratégicos no futuro ministério, Moro despistou quanto à possibilidade de trabalhar com o delegado original da Lava Jato, Marcio Adriano Anselmo. Eles almoçaram nesta quinta-feira no bistrô do Centro Cultural Banco do Brasil, aberto ao público. “Sobre isso, sem comentários”, disse Moro.
Atual chefe da Coordenação-Geral Combate à Corrupção da Polícia Federal em Brasília, Marcio Anselmo é cotado para fazer parte do time de Moro no Ministério da Justiça ou permanecer no cargo na polícia. Ele foi o coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.
Com relação à possibilidade de o atual diretor da PF, o delegado Rogério Galloro, se juntar ao Ministério da Justiça, Morro disse que é algo “em aberto”, uma “hipótese em abstrato”. O tema está em discussão.