Aos 73 anos, no quarto mandato pelo Paraná e sem risco de ficar fora do Congresso em caso de derrota, o senador Alvaro Fernandes Dias é o primeiro candidato a presidente da República lançado pelo Podemos – que, até 2016, se chamava Partido Trabalhista Nacional. “Estou na fase definitiva da minha trajetória política e quase sempre fui oposição”, afirmou ele, ao confirmar sua candidatura no ano passado, no ato de sua filiação.
O anseio pelo Palácio do Planalto, porém, veio bem antes disso. Durante a campanha de 2014, uma das propagandas do senador já sugeria voos mais altos. “Não sei por que um homem daquele (Dias) não foi e não está sendo presidente da República”, dizia um homem que aparecia na imagem sendo entrevistado pela equipe do senador. Então filiado ao PSDB, Dias se reelegeu para o Senado com 77% dos votos válidos no Estado (4,1 milhões), proporcionalmente, o melhor desempenho no País. Agora, na corrida ao Palácio do Planalto, ele aparece nas pesquisas com 1% a 2% das intenções de voto.
Moro
Com dificuldade de se apresentar como uma novidade após 42 anos exercendo mandatos no Executivo e Legislativo, o presidenciável do Podemos tentou se posicionar como alternativa de centro e pregou a “refundação da República” – redução do tamanho do Estado e eliminação de privilégios. Também se apresentou como adversário do PT, abraçou a narrativa contra a corrupção e explorou a imagem do juiz federal Sérgio Moro, da Lava Jato, a quem convidou pela TV para ser ministro da Justiça, caso vencesse a eleição.
Na busca para se viabilizar como candidato ao Palácio do Planalto, Dias tentou alianças com outros partidos, mas foi preterido pelas siglas médias do Centrão – DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade -, que fecharam apoio ao candidato Geraldo Alckmin (PSDB). Tardiamente, o senador conquistou o apoio do PSC, que retirou a candidatura do ex-presidente do BNDES Paulo Rabello de Castro, atualmente candidato a vice-presidente na chapa de Dias. Por acordos regionais, coligou-se ao PTC e também ao PRP.
Paulista de Quatá, Dias é professor de História, licenciado pela Universidade Estadual de Londrina. Na cidade, iniciou a vida pública como vereador, depois foi deputado estadual e federal. Popularizou-se no rádio, de onde guarda a forma pomposa de falar e a voz grave. Vaidoso, o senador tem cabelos implantados e tingidos. Costuma se vestir com roupas de tom escuro. É sócio de empresa do ramo imobiliário, de onde vem a maior parcela de seu patrimônio declarado à Justiça eleitoral, de R$ 2,9 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.