Zonas eleitorais em diversas regiões do Brasil apresentaram longas filas na votação deste domingo, 7, para as eleições 2018 – em especial, na Região Nordeste, onde até mesmo candidatos a governador passaram longo tempo em pé esperando a sua vez para votar.
Na Bahia, o governador Rui Costa (PT), candidato à reeleição, ficou 75 minutos aguardando o seu momento de votar no Colégio Estadual Duque de Caxias, no bairro da Liberdade, uma das regiões com maior população negra da capital baiana. Já em Pernambuco, o senador Armando Monteiro (PTB) esperou 40 minutos na fila para votar numa escola estadual no Pina, na zona sul da capital pernambucana. “Respeitar as filas é um dos pilares da democracia. Quem chega depois, espera”, disse ele.
Sob chuva desde as primeiras horas da manhã do domingo, a capital pernambucana teve filas em diversos pontos de votação – em nove locais visitados pela reportagem do Estado nas regiões sul, oeste e norte de Recife, muitos eleitores reclamavam da situação. Alguns locais contabilizaram mais de uma hora de espera para votar.
O representante comercial Dyego Neves, 31, foi votar por volta das 9h30, mas, com a longa fila na sua seção, decidiu resolver algumas pendências e retornar mais tarde. “Sempre venho perto do horário do almoço porque era mais rápido, mas este ano a estratégia não funcionou. Estou esperando há 50 minutos e faltam seis pessoas”, afirmou a dona de casa Teresa Alcântara, 51.
Situação semelhante foi registrada em Fortaleza e no Piauí – na Universidade Estadual do Ceará (Uece), um dos maiores colégios eleitorais da capital cearense, a espera na fila de votação foi de cerca de 50 minutos. Em Teresina, vários locais de votação registraram filas e teve gente que esperou quase duas horas para exercer seu direito ao voto: “Aqui é comum ter fila, mas este ano está demais. Vim cedo na esperança de ser mais rápido, mas a espera está é maior”, afirmou a comerciante Conceição Linarte, que vota em uma escola da zona leste de Teresina.
Enquanto isso, em Mossoró, no Rio Grande do Norte, 22 locais de votação tiveram o início da coleta dos votos prejudicada pela falta de energia elétrica neste domingo, 7. De acordo com a Companhia Energética do Rio Grande do Norte (Cosern), o problema foi provocado por um animal que entrou numa subestação. Equipes da companhia estão trabalhando para solucionar o caso.
Filas também foram registradas no Rio de Janeiro, onde, por corte de custos, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou a extinção de diversas zonas eleitorais.
Segundo Adriana Brandão, diretora-geral do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), esse seria um dos fatores para a demora na votação, ao lado do grande número de candidatos, um a mais do que em outros anos, e o fato de ter a votação em dois senadores, informação desconhecida por alguns eleitores, na avaliação da diretora.
Ela descartou que as filas estejam sendo causadas por problemas no registro biométrico, que segundo ela está funcionando dentro do esperado. “Nós estamos recebendo informações de juízes de que a demora não está sendo considerada na grande maioria na identificação biométrica. Ao contrário, está sendo considerada até rápida”, afirmou.
Já no Rio Grande do Sul, há demora na cidade de Três Coroas, onde os eleitores estão realizando votação manual – algo que não ocorria no Estado desde o primeiro turno das eleições de 2010.
Em Roraima, menor colégio eleitoral do País, com 330 mil eleitores, a eleição foi conturbada. Houve vários registros de pessoas detidas, problemas de longas filas por causa da biometria e troca nos locais de votação.