O último debate entre os candidatos ao governo de Pernambuco no primeiro turno, realizado nesta terça-feira, 2, pela TV Globo, foi marcado por xingamentos e troca de acusações entre o governador e candidato à reeleição, Paulo Câmara (PSB), e o senador Armando Monteiro (PTB), que polarizam a disputa nas eleições 2018. Câmara foi taxado pelo adversário de ser “mentiroso”, “incompetente” e conivente com a corrupção. Já o pessebista chamou o concorrente de “ministro do desemprego” e “frustrado”.
Pesquisa Ibope divulgada no dia 27 aponta para a possibilidade de confronto entre Câmara e Monteiro no segundo turno. O governador lidera a disputa pelo Palácio do Campo das Princesas, com 35% das intenções de votos. Monteiro está em segundo, com 27% da preferência do eleitor pernambucano.
No debate, Câmara teve dois pedidos de direito de resposta negados pela produção do debate. “Esse é um governo da propaganda da mentira. Paulo, você é especialista em terceirizar a culpa, quem colocou Temer lá foi você, se a culpa é de Temer a culpa é de Paulo”, afirmou Monteiro.
Paulo respondeu a provocação chamando Monteiro de “patrão”. “Armando, você está frustrado porque vai perder (as eleições) pela segunda vez para um funcionário público”, disse o governador.
Em uma tabelinha com a candidata Dani Portela (PSOL), Monteiro atacou à gestão de Câmara citando a Operação Torrentes da Polícia Federal que investiga desvio de dinheiro público destinado à construção de barragens em cidades da zona da mata sul de Pernambuco e operado pela Casa Militar. Em outro momento de bate-bola entre Dani e Monteiro, eles aproveitaram o tema habitação para acusar Câmara de “ser acostumado a prometer e não cumprir”.
“Armando está querendo colocar mentiras desde o começo querendo vincular meu nome nessas operações (da Polícia Federal). Armando coloca estrela do PT, mas o PT me apoia, usa Lula, mas Lula me apoia, usa a imagem de Eduardo Campos, mas ele nunca o apoiou. (O candidato) tenta confundir o eleitor”, disse Câmara, que evitou comentar a operação da PF em seu governo.
Monteiro insistiu na temática destacando que o adversário é alvo de investigação por suspeita de superfaturamento na Arena de Pernambuco e foi citado em uma delação premiada do ex-executivo da JBS, Ricardo Saud. “Ele fugiu. Paulo mente e foge das perguntas”, afirmou Monteiro.