O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, disse na noite desta segunda-feira, 24, em encontro com artistas no Rio, que o radicalismo do PSOL elegeu o prefeito da cidade, o bispo da Igreja Universal Marcelo Crivella. Ciro não fez comparação direta com o cenário de forte polarização que se desenha na atual disputa presidencial, na qual ele perdeu força com a entrada do candidato petista Fernando Haddad, de acordo com as pesquisas, mas afirmou que a falta de união pode derrotar a esquerda.
“Eu brinco com meu amigo Freixo (Marcelo Freixo, candidato derrotado do PSOL na eleição do Rio em 2016) que eles vão ficar muito limpos, puros, intransigentes e não vão colocar a mão na massa. Mas, dessa vez, se eles (a direita) ganharem, arrebentam com a nação brasileira”, afirmou.
O encontro lotou o Teatro Vannucci, na Gávea, Zona Sul do Rio, e reuniu nomes como Caetano Veloso, Cacá Diegues, Ney Matogrosso, Alcione, Guel Arraes, Domingos Oliveira e Marcelo Yuka. Foi a quarta agenda de Ciro na cidade no dia. Antes, ele havia estado em Madureira, no Clube de Engenharia e em encontro fechado com especialistas da área de segurança.
Ao ser questionado sobre a postura do PT em relação a sua candidatura, o pedetista, que mais cedo havia reclamado dos ataques do partido do ex-presidente Lula a sua campanha, afirmou que não ficaria de “mimimi”. “Quem entra na luta, não pode estar com mimimi”, respondeu.
Perguntado por que havia escolhido Kátia Abreu como vice, Ciro culpou a estratégia de isolamento que o PT lhe impôs.
“A culpa foi do PT. Estava procurando uma vice em uma aliança com PC do B e PSB quando o PT me transformou em inimigo e tive que buscar no meu partido”, afirmou, antes de defender Kátia Abreu, que não estava presente no encontro.
“Eu escolhi uma vice que é diferente de mim, que tem sua própria história, mas que compartilha valores importantes comigo. Agora, quem quiser uma chapa pura, sem diferença, pode votar no Boulos”, completou.