Criação de empregos, segurança pública e educação estiveram no centro do debate entre os candidatos ao governo de São Paulo promovido neste domingo, 16, pela TV Gazeta, jornal O Estado de S. Paulo, Jovem Pan e Twitter. O candidato do PSDB, João Doria, e as administrações tucanas no Estado foram o principal alvo de críticas durante o encontro, enquanto Doria rebateu os adversários, principalmente Paulo Skaf (MDB), Márcio França (PSB) e Luis Marinho (PT).
O petista começou o debate afirmando que criaria milhões de empregos por meio do apoio aos pequenos produtores e empresários. Foi questionado por Doria. “Você é do PT, que deu 14 milhões de desempregados ao Brasil. Você acredita que tem credibilidade?” Marinho respondeu: “O mais rico do pedaço pensa que engana quem? Dilma não conseguiu aprovar nenhum projeto por causa de Aécio (Neves) e (Eduardo) Cunha.”
Doria respondeu que era rico, mas “porque trabalhei”. Defendeu a livre iniciativa e disse que seria mais capaz de gerar empregos. “Lula roubou e está pagando pena. Vamos criar empregos com política liberal. Oposto do que seu partido faz, que não acredita no capital privado”, afirmou. O embate prosseguiu com Marinho dizendo que Doria era o único ali “condenado”.
Outro tema do debate foi a segurança pública, uma constante no discurso de Doria e de Skaf. O tucano exibiu a proposta de criar novos Batalhões de Ações Especiais de Polícia (Baep) e delegacias de investigações criminais no interior. Também embarcou no discurso de Skaf quando o emedebista reafirmou que vai lutar no Congresso pelo fim das saídas temporárias para presos do regime semiaberto – hoje eles têm direito a cinco por ano.
Skaf centrou suas críticas à política dos governos tucanos. Defendeu a necessidade de reorganizar as polícias. “E também retomar os presídios. O crime organizado manda nos presídios. Quando alguém fala em privatizar, o que precisa é o governo por ordem e atualizar a lei penal. Chega de visitinha, redução de pena.” Doria reagiu tentando mostrar que pretende fazer uma política linha-dura. “Vamos fazer, sim, uma política dura. Vamos melhorar. Além de sermos contra as saidinhas, preso vai trabalhar. Não vai fazer reunião em presídio para elaborar crimes.”
Precatórios
O governador Márcio França foi para o debate com o discurso pronto para acusar os adversários de despreparo. Questionou se Doria sabia a quantidade de precatórios devidos pelo Estado. “Doria acelera, mas se não engatar, o carro não anda. Quanto São Paulo deve de precatórios? É importante responder. Tem que saber a dívida de São Paulo. Fale o número”.
França prometeu ainda que, como governador, conseguirá pagar 40% das dívidas em precatórios. Doria defendeu uma gestão eficiente no pagamento dos precatórios, sem prejuízo às partes envolvidas, e lembrou que o ex-governador Geraldo Alckmin, do seu partido, entregou as contas do Estado no azul. “Farei isso também, com boa gestão.” Doria ainda rebateu França: “São Paulo precisa de boa gestão. O que você (França) não faz. Inibe contratos com prefeitos do interior. Você falhou como governador. Suspendeu contratos porque eles não o apoiam. Quero falar sobre propostas.”
Doria acusou França de fazer uma “pegadinha” em vez de apresentar propostas. França respondeu depois que São Paulo devia R$ 23 bilhões em precatórios. Dois blocos depois, Doria aproveitou para voltar ao tema e afirmou que o valor correto era de R$ 22 bilhões.
Pouco depois do debate sobre os precatórios, foi a vez de a professora Lisete Arelaro (PSOL) criticar o governo do Estado por causa do que chamou de superlotação de salas de aula com até “50 alunos”. Disse que ia acabar com o uso obrigatórios de apostilas fornecidas pelo governo do Estado aos alunos e aumentar os salários dos professores. França respondeu que o “centro da educação é o professor”. Defendeu a criação de salas de aula moderna com lousa digital e Wi-Fi. “Criar creches para 100% das crianças. Ensino Médico com qualidade. Todo aluno de 2.º e 3.º ano tem que ter ETEC sem vestibular.” França disse estar aberto ao diálogo com os professores.
Skaf pegou carona para criticar a insegurança nas escolas e perguntou à professora sua opinião sobre crack, assaltos e agressões nas escolas professores. E aproveitou para fazer propaganda do Sesi. “Tem de ter no máximo 30 (alunos na sala de aula). Modernizamos as escolas do Sesc, escolas de primeiro mundo. Com curso técnico. Senai articulado. Isso dá oportunidade.” Ouviu então a professora responder: “Mas Skaf, quem paga as escolas do Sesi são os contribuintes do Estado. E o custo é caro. Todos têm que ter o mesmo direito”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.