Em seu primeiro compromisso de campanha desde que foi oficializado como candidato à Presidência do PT, o ex-prefeito Fernando Haddad desconversou sobre qual será o papel do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um eventual governo petista.
“Tivemos muito cuidado com isso em função das circunstâncias. Fizemos um programa muito pormenorizado para que a sociedade saiba o que faremos a partir de 1º de janeiro: reforma tributária para reduzir a carga sobre os mais pobres, reforma bancária para reduzir os juros, retomada de obras públicas”, elencou, entre outros pontos. “Então, quem quiser saber como será o próximo governo do PT, a nossa cartilha a partir de janeiro foi assinada por Lula e por mim”, disse.
Haddad participa, com a vice Manuela D’Ávila (PCdoB), de um encontro com estudantes e cotistas do programa Universidade para Todos em um teatro no centro da capital paulista. Também participam Eduardo Suplicy e Jilmar Tatto, candidatos ao Senado por São Paulo, Ana Bock, candidata à vice na chapa de Luiz Marinho ao governo do Estado, e Ana Estela, esposa de Haddad.
Com a oficialização de sua candidatura, o ex-prefeito da capital também passou a ser alvo de ataques de outros candidatos, como Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB). O petista, no entanto, não quis comentar. “Nós temos um programa de governo, não vamos ficar batendo ou alisando ninguém. Faz 18 anos que sou vidraça. Todo mundo já me acompanhou em eleição, sempre fiz propostas para governar”, disse.
Segundo o último Ibope, o petista tem 8% das intenções de voto, embolado no segundo lugar com Ciro, Marina Silva (Rede) e Alckmin. O levantamento mostrou também que a capacidade de transferência de votos de Lula para seu nome se estabilizou nos últimos dois levantamentos.
Questionado sobre qual a estratégia do partido para que os votos do ex-presidente permaneçam com ele, Haddad desconversou. “Surpresa”, disse.