Os programas de privatização de empresas estatais deverão ser acelerados numa eventual presidência de Henrique Meirelles, comentou nesta terça-feira, 11, o economista José Marcio Camargo, coordenador do capítulo econômico da campanha, durante sabatina realizada pelo Grupo Estado em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
A Petrobras deverá ter toda sua estrutura de refino e transporte repassada à iniciativa privada, disse Camargo.
“A ideia é que a Petrobras fique apenas com a parte de exploração”, afirmou o economista. “A extração e produção não são monopolizadas no Brasil, o monopólio existe apenas no refino e nos sistemas de transporte, seja os gasodutos, oleodutos e a BR Distribuidora”, explicou. De acordo com Camargo, a BR Distribuidora poderia ser privatizada via oferta pública de ações.
Já no caso da Eletrobras, o controle da companhia poderia ser pulverizado no mercado de ações. “Se não privatizar a Eletrobras, ela vai definhar ao longo do tempo, pois não tem dinheiro para investir. A ideia é transformar a empresa em uma grande corporação, algo parecido do que foi feito com a Vale”, explicou.
Em relação ao setor bancário, Camargo reforçou a avaliação de que o setor é altamente concentrado no Brasil. “Caixa e Banco do Brasil têm relação de crédito/custo mais alta que o setor privado, então as taxas ficam maiores e os bancos privados acompanham e acabam tendo um spread maior”, disse.
“A primeira coisa que se pode fazer é pulverizar o capital da Caixa”, comentou Camargo. “O Banco Brasil já é um banco aberto. Temos que pensar se queremos manter o setor concentrado ou fragmentar um pouco mais. Quer manter o BB com enorme capilaridade no País inteiro ou dividir em dois ou três e aumentar a concorrência? Ainda não sei se responder esta pergunta, é algo que está sendo estudado”, afirmou o economista.