O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após o tarifaço ao Brasil anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Nas redes sociais, Caiado culpou o governo federal pela medida adotada pelos Estados Unidos e disse que ele “segue à risca Hugo Chávez” (presidente da Venezuela entre 1999 e 2013).
De acordo com o governador, Lula “não está fazendo nada fora do script” e está saindo “em ataque ao presidente dos Estados Unidos”.
Caiado ainda ressaltou que o presidente está com guerra declarada contra o Congresso Nacional e tenta deflagrar uma luta de classes.

Veja o íntegra do posicionamento de Ronaldo Caiado
“O presidente Lula não está fazendo nada fora do script. Pelo contrário, segue à risca o que Hugo Chávez fez na Venezuela, ao afrontar gratuitamente o governo americano.
Lá, ao sofrer represálias como as aplicadas agora ao governo brasileiro, Chávez ressuscitou Bolívar e conclamou o enfrentamento aos americanos em nome da soberania e veja o que aconteceu àquele país.
Aqui, o Lula, de caso pensado, declara uma guerra contra o Congresso Nacional, tenta deflagrar uma luta de classes entre ricos e pobres (depois de ter assaltado os aposentados) e sai em ataque ao presidente dos Estados Unidos, país que sempre foi nosso aliado.
Com as medidas tomadas pelo governo americano, Lula e sua entourage tentam vender a tese da invasão da soberania do Brasil. Mas Lula não representa o sentimento patriótico do nosso povo, e muito menos tem credenciais para defender a soberania brasileira. Lula já se ajoelhou ao narcotráfico e quer de toda maneira se aliar aos países que são verdadeiras tiranias sustentadas pelo ódio, a corrupção e o terrorismo.
O que nos cabe fazer diante da gravidade do momento seria a criação de uma Comissão de Parlamentares, da Câmara e do Senado, com a missão de abrir diálogo com o governo americano. E esclarecer ao povo dos Estados Unidos que não confundam declarações do Lula com o pensamento do povo brasileiro.”

Tarifaço de Trump
O governo norte-americano enviou uma carta ao presidente Lula na noite desta quarta-feira (9), anunciando uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros.
Ao justificar a medida, o presidente dos Estados Unidos citou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e considerou o julgamento dele “uma vergonha internacional”.
Na carta, Trump afirmou que a decisão de aumentar a taxa foi tomada “devido aos ataques insidiosos do Brasil contra as eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos.
Confira a íntegra da carta:
9 de julho de 2025
Sua Excelência
Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente da República Federativa do Brasil
Brasília
Prezado Sr. Presidente:
Conheci e tratei com o ex-Presidente Jair Bolsonaro, e o respeitei muito, assim como a maioria dos outros líderes de países. A forma como o Brasil tem tratado o ex-Presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional. Esse julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma Caça às Bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!
Em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos (como demonstrado recentemente pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil, que emitiu centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS a plataformas de mídia social dos EUA, ameaçando-as com multas de milhões de dólares e expulsão do mercado de mídia social brasileiro), a partir de 1º de agosto de 2025, cobraremos do Brasil uma tarifa de 50% sobre todas e quaisquer exportações brasileiras enviadas para os Estados Unidos, separada de todas as tarifas setoriais existentes. Mercadorias transbordadas para tentar evitar essa tarifa de 50% estarão sujeitas a essa tarifa mais alta.
Além disso, tivemos anos para discutir nosso relacionamento comercial com o Brasil e concluímos que precisamos nos afastar da longa e muito injusta relação comercial gerada pelas tarifas e barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil. Nosso relacionamento, infelizmente, tem estado longe de ser recíproco.
Por favor, entenda que os 50% são muito menos do que seria necessário para termos igualdade de condições em nosso comércio com seu país. E é necessário ter isso para corrigir as graves injustiças do sistema atual. Como o senhor sabe, não haverá tarifa se o Brasil, ou empresas dentro do seu país, decidirem construir ou fabricar produtos dentro dos Estados Unidos e, de fato, faremos tudo o possível para aprovar rapidamente, de forma profissional e rotineira — em outras palavras, em questão de semanas.
Se por qualquer razão o senhor decidir aumentar suas tarifas, qualquer que seja o valor escolhido, ele será adicionado aos 50% que cobraremos. Por favor, entenda que essas tarifas são necessárias para corrigir os muitos anos de tarifas e barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil, que causaram esses déficits comerciais insustentáveis contra os Estados Unidos. Esse déficit é uma grande ameaça à nossa economia e, de fato, à nossa segurança nacional!
Além disso, devido aos ataques contínuos do Brasil às atividades comerciais digitais de empresas americanas, bem como outras práticas comerciais desleais, estou instruindo o Representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, a iniciar imediatamente uma investigação da Seção 301 sobre o Brasil.
Se o senhor desejar abrir seus mercados comerciais, até agora fechados, para os Estados Unidos e eliminar suas tarifas, políticas não tarifárias e barreiras comerciais, nós poderemos, talvez, considerar um ajuste nesta carta. Essas tarifas podem ser modificadas, para cima ou para baixo, dependendo do relacionamento com seu país. O senhor nunca ficará decepcionado com os Estados Unidos da América.
Muito obrigado por sua atenção a este assunto!
Com os melhores votos, sou,
Atenciosamente,
DONALD J. TRUMP
PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
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