A Polícia Federal realizou uma nova etapa da Operação Sisamnes nesta sexta-feira (30), concentrando-se em investigações sobre a suposta comercialização de decisões judiciais em cortes estaduais e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), além do possível repasse indevido de dados sigilosos relacionados a apurações em andamento.
Nesta fase, foram executados mandados de busca em imóveis ligados ao prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos.
Operação contra vazamento de dados sigilosos

Segundo comunicado divulgado pela PF, os investigados teriam recebido, de forma antecipada, informações sobre operações policiais, o que teria comprometido a eficácia das decisões judiciais previstas.
As suspeitas envolvem o favorecimento de magistrados e advogados no Tocantins, cujas investigações teriam sido prejudicadas.
Como parte da operação, o prefeito teve o passaporte recolhido e foi impedido de deixar o Brasil. Equipes também estiveram na sede da administração municipal da capital tocantinense.
As ações contaram com autorização do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pelo inquérito.
Durante coletiva de imprensa em seu gabinete, o prefeito de Palmas afirmou que sabe do que se trata a investigação, mas negou que tenha vazado informações sigilosas.
“Eu sou fonte de muita gente. Acho que vocês sabem o tanto que sei ou não sei, eu só sei o que dizem por aí. Eu não tenho nenhuma informação privilegiada. Estou aqui para responder em relação suposto vazamento de informação perante o STJ. Eu não tenho fonte no STJ, não é meu papel. Eu indiquei um advogado [para Thiago Barbosa], e esse advogado foi constituído e teve acesso aos autos”, disse.
Em suas redes sociais, o prefeito alegou que oficiais estiveram em sua residência e que os celulares foram apreendidos.
Entenda sobre a operação

As apurações que envolvem autoridades do Tocantins fazem parte de um inquérito mais amplo que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), sob a responsabilidade do ministro Cristiano Zanin.
A Operação nomeada como ‘Sisamnes’ tem como foco possíveis práticas de corrupção, tanto ativa quanto passiva, além de suspeitas de violação de sigilo funcional e tentativa de obstrução da Justiça.
De acordo com a Polícia Federal, as investigações apontaram para a existência de um esquema paralelo voltado ao monitoramento e à comercialização de informações confidenciais relacionadas a investigações de alta sensibilidade conduzidas sob supervisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A divulgação antecipada desses dados comprometeria diretamente a execução de operações policiais planejadas.