A Polícia Federal (PF) concluiu nesta quinta-feira (21) o inquérito que investiga uma tentativa de golpe de estado no ano de 2022.
Conforme a corporação, entre os indiciados pelo envolvimento na criação do plano golpista, estão o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno.
Tentativa de Golpe de Estado
O relatório final do inquérito foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal com o indiciamento de ao todo, 37 pessoas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
Além disso, as provas ainda foram coletadas através de diversas diligências policiais que foram realizadas em um período de quase dois anos.
Para a PF chegar às provas, foi realizado quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões e entre outras medidas que foram autorizadas pelo poder Judiciário.
Portanto, as investigações apontaram que os investigados se estruturaram e delegaram uma divisão de tarefas. A polícia ainda apurou a individualização das condutas e como agia cada grupo.
Confira como era dividido:
- Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral;
- Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado;
- Núcleo Jurídico;
- Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas;
- Núcleo de Inteligência Paralela;
- Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas;
Segundo a PF, o grupo era formado em sua maioria por militares das Forças Especiais (FE), os chamados “Kids pretos”.
Veja se o ex-presidente poderá ser preso
O próximo passo do andamento do caso será o Supremo Tribunal Federal encaminhar o relatório à Procuradoria-Geral da República (PGR), que determinará se irá denunciar os envolvidos na tentativa do golpe de estado.
Sendo assim, se a PGR denunciar o caso, ficará de responsabilidade do STF abrir ou não o processo contra os acusados. Portanto, o STF irá definir se Bolsonaro e os demais se tornarão réus.
Após isso, o plenário da Corte que reúne os 11 ministros decidirá se irá abrir um ação penal contra os acusados. Caso seja, o ex-presidente e os demais se tornarão réus e ao final do processo poderão ser condenados ou absolvidos pelo supremo.
Porém, caso Bolsonaro seja condenado, poderá demorar ser preso, pois o STF é a última instância, sendo assim, não há mais quem recorrer.
Ao todo, Bolsonaro responde por crimes que podem chegar a 23 anos de prisão.
Nas redes sociais, o ex-presidente alegou que irá esperar o advogado para se pronunciar à respeito do caso, mas alegou em um post que “o ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia e faz tudo o que não diz a lei”.