O presidente da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), Luan Alves, pediu exoneração do órgão nessa sexta-feira (22/3). O pedido de saída ocorreu na mesma semana em que a secretaria foi alvo de operação da Polícia Civil por fraudes em licitações.
Em um vídeo realizado ao lado do prefeito Rogério Cruz, Luan afirmou estar deixando o cargo por estar “almejando outros projetos”. Ele deve ser um dos candidatos que irá disputar uma cadeira na Câmara dos Vereadores, em Goiânia.
Presidente da Amma deixa secretaria
No vídeo publicado, Rogério Cruz agradeceu Luan pela trajetória durante o período em que esteve na administração.
“Quero agradecer por todo o empenho e agradecer sua dedicação em todas as pastas que vocês passou na gestão. Você adquiriu uma bela e boa experiência para que você possa manter seu projeto aceso e adiante. Eu só tenho a desejar que você tenha sucesso na sua jornada, independente de qual seja ela. Com a experiência adquirida você terá grande relevância. Eu tenho só a agradecer tudo que você fez na Amma”, disse.
A saída do presidente da Amma ocorreu na mesma semana em que quatro secretarias da Prefeitura de Goiânia entraram na mira da Polícia Civil de Goiás, em operação que investiga um suposto esquema de corrupção.
Conforme a Polícia Civil, entre os crimes investigados estão fraude em licitações e contratos, modificação irregular de contratos, peculato, corrupção ativa e passiva e constituição de organização criminosa.
No alvo das investigações, estão a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), Secretaria Municipal de Administração (Semad) e Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma).
Na casa do então presidente da Amma, a polícia encontrou diversas armas, mas que não foram apreendidas uma vez que são documentadas e de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC). Já na casa do presidente da Comurg, Alisson Silva, a polícia apreendeu R$ 431 mil em espécie.
Veja sobre o possível esquema de corrupção nos órgãos da Prefeitura de Goiânia
Segundo as investigações, mais de R$ 50 milhões teriam sido recebidos por meio de supostas fraudes em licitações na Prefeitura de Goiânia, para conseguir contratos de obras para recapeamento de malha asfáltica na capital.
O possível esquema de corrupção teria participação de secretários e servidores da prefeitura. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Francisco Liparti, além dos responsáveis pelas pastas, a investigação ainda apontou a participação de pregoeiros, fiscais e gestores dos contratos.
“Sabemos que cada qual tenha a sua atribuição funcional dentro desses contratos. Temos aqueles que conduzem as licitações, temos aqueles que conduzem as licitações, temos aqueles que agem na execução do contrato, atestando o recebimento de mercadorias, de produtos, outros autorizando a prorrogação contratual, cada qual dentro do seu âmbito de atribuição funcional”, relatou o delegado.
Nesse víeis, a polícia descobriu que cada servidor teria agido dentro de duas atribuições nos órgãos da prefeitura, sendo que os pregoeiros conduziam as licitações, os gestores e fiscais de contrato atuavam na execução desses contratos e os gestores das pastas atuavam assinando os contratos com risco de irregularidade.
Nessa ocasião, as empresas suspeitas ofereciam valores baixos para vencer as licitações, sendo que no processo correto, se uma empresa oferece um valor muito abaixo do mercado, o pregoeiro deveria encerrar a licitação e começar outra.
Após o caso, o prefeito Rogério Cruz negou durante uma coletiva de imprensa que tivesse conhecimento das irregularidades apuradas e chegou afirmar que nenhum outro servidor será afastado até que a prefeitura tenha mais informações do inquérito policial, além de estar “contribuindo com o acesso de equipes de policiais aos locais que estão sendo visitados para coleta de equipamentos ou documento”.