O deputado Amauri Ribeiro é um dos alvos da nova fase da operação da Polícia Federal (PF) contra atos golpistas. O objetivo da ação é identificar pessoas que incitaram, participaram e fomentaram os fatos do dia 8 de janeiro, em Brasília.
O parlamentar goiano foi alvo de mandados de busca e apreensão nesta terça-feira (29/8), em suas residências em Goiânia e Piracanjuba.
De acordo com o advogado Demóstenes Torres, o celular do deputado foi apreendido, e a defesa vai solicitar acesso aos autos que originaram a medida cautelar de busca e apreensão.
Esta é a 15ª fase da Operação Lesa Pátria, que investiga crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido e crimes da lei de terrorismo.
Financiamento de acampamentos
Em junho deste ano, o parlamentar disse durante um discurso na tribuna da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) que havia ajudado a financiar alguns acampamentos. Na ocasião, ele defendeu a liberdade do coronel Benito Franco, preso pela PF em abril.
“A prisão do Coronel Franco é um tapa na cara de cada cidadão de bem neste estado. Foi preso sem motivo algum, sem ter feito nada. Eu também deveria estar preso. Eu ajudei a bancar quem estava lá. Pode me prender, eu sou um bandido, eu sou um terrorista, eu sou um canalha na visão de vocês. Eu ajudei, levei comida, levei água e dei dinheiro. Eu acompanhei lá e também fiquei na porta porque sou patriota”, disse à época.
Ver essa foto no Instagram
Entretanto, à época a defesa disse que a fala do parlamentar foi retirada de contexto e “por questões humanitárias” levou água e alimentos “para os mais carentes que lá estavam”. O advogado ainda disse que o deputado repudia os ataques à sede dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro.
Quem é o deputado Amauri Ribeiro alvo de operação da PF?
Desde o início de seu mandato, Amauri Ribeiro se envolveu em diversas polêmicas que trouxeram atenção para sua atuação na Assembleia Legislativa de Goiás. Uma das primeiras controvérsias ocorreu durante sua posse, quando ele usou um chapéu, desafiando o regimento interno que proibia tal acessório. Para explicar sua ação, Amauri alegou que enfrentava problemas de visão e que o chapéu ajudava a proteger seus olhos da luz intensa.
Outro fator que gerou discussão foi sobre uma foto em que o parlamentar aparecia com sua esposa sentada em seu colo. Amauri explicou que esse momento breve aconteceu depois que ele e sua esposa cederam um lugar para uma senhora que não estava se sentindo bem.
Em agosto de 2021, Amauri provocou indignação ao fazer um discurso na tribuna da Assembleia em defesa da propriedade privada, durante o qual declarou que a vereadora Lucíula do Recanto (PSD) “merecia um tiro na cara”. A afirmação gerou grande repercussão e críticas à sua postura como parlamentar.