Um fazendeiro foi preso após submeter pessoas a trabalho escravo em Nova Glória, na região central de Goiás.
De acordo com a Superintendência Regional do Trabalho em Goiás (SRTE-GO), oito pessoas foram resgatadas em condições de trabalho análogas à escravidão em uma fazenda de extração de varas de bambu, no município. A operação aconteceu entre os dias 8 e 10 de maio.
Trabalho escravo em Nova Glória
▪️ Oito trabalhadores de várias regiões do Pará, de Goiás e do Mato Grosso foram encontrados vivendo em condições subumanas em uma casa de fazenda, em Nova Glória.
▪️ A investigação aponta que os trabalhadores não recebiam salários há vários meses e sobreviviam com pequenos vales de R$ 10 a R$ 50 fornecidos pelo empregador, que descontava tudo do salário.
▪️ Além disso, os trabalhadores relataram que quando pediam para ser liberados, o patrão afirmava que eles estavam devendo e precisavam acertar as contas antes de deixarem o local.
▪️ Os salários eram descontados indevidamente para cobrir despesas com passagens, moradia, água, energia, gás e até mesmo a compra de alimentos. Outros descontos também eram realizados, como o valor de ferramentas e equipamentos de proteção, incluindo limas, botinas e luvas.
Alojamentos
De acordo com o auditor fiscal do Trabalho, Afonso Borges, chefe de fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho em Goiás, os alojamentos onde os trabalhadores estavam abrigados não ofereciam condições básicas de conforto, higiene e segurança.
“Dormiam em redes ou em colchões velhos depositados sobre o piso, num abrigo antigo e sujo, sem nenhum asseio, em completo desrespeito às normas de segurança e saúde do Ministério do Trabalho e Emprego”, frisou.
Borges ainda informou que todos os trabalhadores estavam em situação irregular, sem registro, e que as condições de trabalho eram bastante precárias.
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Os trabalhadores não recebiam equipamentos de proteção e no local de trabalho não havia locais para refeição e nem instalações sanitárias adequadas.
Fazendeiro se recusa a pagar empregados e diz não reconhecer a dívida
▪️ O fazendeiro se recusou a pagar as verbas rescisória e disse não reconhecer a dívida, além de não ter “condições financeiras para tal”.
▪️ Além disso, não providenciou o retorno dos empregados aos seus estados de origem, sendo necessário o uso de verbas públicas para a compra de passagens para os mesmos.
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▪️ Cinco deles foram para a cidade de São Miguel do Guamá, no Pará, dois para Anápolis e um para Barra do Garças, no Mato Grosso.
Para denunciar casos de trabalho análogo ao de escravo de forma anônima, o Sistema Ipê disponibiliza um link para registros: https://ipe.sit.trabalho.gov.br/.