O vereador de Cristalina Pablo Rocha Magela e o ex-servidor comissionado e ex-secretário de Esportes, Vinícius Alexandre Soares Batista Abujamra, foram afastados de seus respectivos cargos por decisão judicial proferida na última sexta-feira (24/7), acusados de envolvimento em ‘rachadinha’, prática que consiste no repasse de parte do salário de servidor em cargo público comissionado a quem o contratou.
Além do “imediato afastamento” determinado pelo juiz Thiago Inácio de Oliveira, os dois acusados na Ação de Improbidade Administrativa tiveram os seus bens bloqueados: do vereador Magela até o limite de R$ 74.488,77; do ex-servidor comissionado e ex-secretário de Esportes, Vinícius Abujamra, até o limite de R$ 24.829,59.
Segundo informações do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), o afastamento não implicará na perda de remuneração do vereador enquanto durar a instrução processual.
A Ação de Improbidade Administrativa foi impetrada pelo promotor Ramiro Carpenedo Martins Netto. De acordo com Carpenedo Netto, as investigações que culminaram com o pedido de afastamento do político só aconteceram por causa da Operação Toma Lá Da Cá, de março de 2020. Na época, cinco vereadores e dois servidores tiveram mandados de buscas e apreensão executados em suas residências; outros três parlamentares foram presos preventivamente.
Saiba como funciona o esquema de ‘rachadinha’, praticado pelo vereador afastado de Cristalina e outros
Segundo informações do MP-GO, o suposto esquema de ‘rachadinha’ em Cristalina foi rastreado a partir de depoimentos e provas documentais, como extratos bancários. Vários funcionários participavam do esquema. A ‘rachadinha’ não estava restrita apenas aos servidores públicos comissionados, mas também aos concursados, que acabavam por repassar parte das “gratificações” aos políticos.
O repasse do dinheiro era feito através de depósito bancário. O MP-GO relata que Vinícius, ex-secretário de Esportes, sacou R$ 5.629,59 em 20 de dezembro de 2018 e, na mesma data, depositou o dinheiro, de forma integral, na conta de Magela, o vereador afastado.
Segundo o promotor Ramiro Carpenedo Martins Netto, ao menos R$ 24.829,59 foram recebidos pelo vereador Magela através desse esquema: recebimento de salário e depósito em conta.
O inquérito que investigou Magela foi o Inquérito Civil Público nº 23/2020 e apurou exclusivamente o esquema de ‘rachadinha’ supostamente praticado por ele. Ao saber das investigações, o vereador ainda tentou apagar provas dos supostos atos irregulares.
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