Segundo levantamento do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio no Estado de Goiás (SECEG), apenas 1% dos comerciários de Goiás foi demitido até o momento. Até esta terça-feira (14/4), do total de 250 mil comerciários (empregados no comércio), 1.147 entraram com pedido de acordo junto ao sindicato, sendo 80% pedindo suspensão, 19% redução na jornada/salário.
Esses dados foram divulgados oito dias após o firmamento dos acordos coletivos entre o SECEG e os sindicatos patronais. Para o sindicato, os números apontam que a maior parte do empresariado goiano não está demitindo, suspendendo contrato de trabalho ou reduzindo salários/jornada.
Flexibilização no funcionamento do comércio pode manter números mínimos de dispensas
“Lembrando que por acordo entre entidades sindicais e medida do Supremo Tribunal Federal (STF) é obrigatório, em qualquer circunstância abrangendo o empregado, o referendo do SECEG para dar segurança jurídica aos dois lados”, explicou o presidente Eduardo Amorim.
Ainda de acordo com o presidente do SECEG, acredita-se que empresários de Goiás estão utilizando “artifícios como férias coletivas ou gozo de férias vencidas”. “Em caso de flexibilização no funcionamento do comércio a partir do dia 20, acreditamos que o número de dispensas será mínimo, diante da situação de incertezas”, pontua Amorim.
Flexibilização no funcionamento do comércio em Goiás
No último dia 7, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), explicou que Goiás está pronto para começar a flexibilizar o decreto estadual a partir do dia 19 de abril, último dia de validade do documento. Segundo ele, a flexibilização pode ocorrer graças às medidas restritivas tomadas desde o início da pandemia e aos investimentos realizados na estrutura da Saúde.
Até a data, o estado liderava o ranking nacional de isolamento social, o que é fundamental para barrar a contaminação e o alastramento do coronavírus. No entanto, o mesmo mapa mostra municípios em que a situação não é favorável. A capital e cidades no Entorno do Distrito Federal mostram quedas nos índices. “Por exemplo, Goiânia nos preocupa porque esse índice está caindo, estava com 53%. E se ela chegar a 50%, a chance de liberar [o comércio] aqui diminui. Aumentar a movimentação, amplia o risco de contaminação com coronavírus”, alertou Caiado à época.
E, quando isso ocorre, afirmou o governador, é preciso ser mais rigoroso para que não haja um crescimento vertical da contaminação. São esses índices alguns dos fatores que são analisados para permitir a liberação do comércio. “A região que tem uma boa performance de isolamento, aí você vai gradualmente liberando (o comércio)”, finalizou o governador.