Uma entrevista dada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na última quarta-feira (5/2) deixou os governadores dos Estados numa verdadeira sai justa. Isso porque o chefe do Executivo federal fez um desafio aos chefes do Executivo estadual, e afirmou que zeraria o imposto federal sobre combustíveis se eles, os governadores, zerassem o ICMS. Na noite da última quinta-feira (6/2), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), se manifestou pelas redes sociais disse que sua posição “será de levar adiante proposta”. Entretanto, o gestor se referiu à proposta em sua publicação no Twitter como de “buscar o diálogo”, sem mencionar o desafio de zerar o imposto.
Na sequência de publicações no Twitter, Caiado diz que a indignação com a “alta carga tributária que é paga sem receber de volta as obrigações” é indiscutível. Em seguida, o governador destaca que sua posição é de levar adiante a proposta do presidente, que, segundo ele, é de “buscar o diálogo para solução diante de problema que municípios, estados e União têm culpa”, sem fazer menção ao desafio de Bolsonaro.
Veja abaixo a sequência de postagens no Twitter do governador Caiado:
“A revolta do cidadão brasileiro com a alta carga tributária que é paga sem receber de volta as obrigações de municípios, estados e União é indiscutível.
Minha posição em relação a redução do ICMS dos combustíveis será de levar adiante proposta que @JairBolsonaro fez ontem a nós, durante seu pronunciamento no evento de 400 dias de governo: buscar o diálogo para solução diante de problema que municípios, estados e União têm culpa.
É imprescindível uma reunião entre todos os chefes dos executivos estaduais com o presidente para entrarmos em um consenso. Só assim vamos conseguir alcançar as mudanças que a população espera de nós.”
Desejo de diálogo de Caiado vem após desafio de Bolsonaro
Na quarta-feira, o presidente lançou o desafio visto como economicamente inviável, e gerou algumas reações entre os governadores. “Eu zero o federal se eles zerarem o ICMS. Está feito o desafio aqui agora. Eu zero o federal hoje, eles zeram o ICMS. Se topar, eu aceito. Tá ok?”, disse Bolsonaro, na saída do Palácio da Alvorada.
O presidente tem protagonizado uma queda de braço com os governadores sobre o preço da gasolina. Bolsonaro se queixa que, mesmo com reduções dos preços nas refinarias, o valor dos combustíveis não tem baixado para os consumidores.
São dois os impostos federais que incidem sobre os combustíveis: o PIS/COFINS e a LIDE, que já está zerada para o diesel. Para especialistas, é improvável que os governadores aceitem o desafio lançado por Bolsonaro. O ICMS dos combustíveis é uma das principais fontes de arrecadação dos estados, que vivem situação de crise fiscal.