A confiança do consumidor caiu 0,5 ponto em novembro ante outubro, na série com ajuste sazonal, informou nesta segunda-feira, 25, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com a queda, a segunda seguida, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) alcançou 88,5 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice caiu 0,1 ponto este mês, após três altas consecutivas.
De acordo com a FGV, o ICC marcou o terceiro mês consecutivo de desaceleração. “O resultado de novembro confirma a tendência de desaceleração da confiança pelo terceiro mês seguido, sugerindo que a liberação do FGTS e a gradual redução da taxa de desemprego ainda não foram suficientes para recuperar o ímpeto de compras dos consumidores, que continuam cautelosos”, diz um trecho da nota divulgada pela entidade.
Em novembro, houve melhora na percepção dos consumidores em relação à situação atual, enquanto as expectativas em relação aos próximos meses pioraram, ressaltou a FGV. O Índice de Situação Atual (ISA), uma das duas componentes do ICC, subiu 1,1 ponto, para 78,5 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE) caiu 1,4 ponto, para 96,9 pontos, o menor nível desde maio de 2019 (96,5 pontos).
Conforme a FGV, o indicador que mede a intenção de compras de bens duráveis nos próximos meses foi o que mais contribuiu para a queda da confiança em novembro, recuando pelo segundo mês consecutivo, assim como o ICC. Com a queda de 3,6 pontos, o indicador fechou em 76,2 pontos, o menor valor desde agosto de 2019 (72,2 pontos).
“O resultado parece estar relacionado ao menor otimismo das famílias com a situação financeira nos meses seguintes, cujo indicador correspondente recuou 2,4 pontos, voltando a ficar abaixo da zona de neutralidade (em 98,7 pontos). Em sentido oposto, o indicador que mede as expectativas do consumidor com relação à evolução da economia nos próximos meses avançou 2,1 pontos, para 116,4 pontos, o maior valor desde agosto de 2019 (118,0 pontos)”, diz a nota da FGV.
Entre os componentes do ISA, o indicador que mede a satisfação com as finanças familiares subiu 0,9 ponto, para 73,2 pontos, e o que mede a situação econômica no momento aumentou 1,1 ponto, para 84,2 pontos, o maior valor desde fevereiro de 2019.
Ainda conforme a FGV, o ICC recuou em novembro para consumidores de todas as classes de renda, “exceto para aqueles com renda familiar mensal entre R$ 2,1 mil e R$ 4,8 mil, cujo ICC aumentou 0,4 ponto”. Para a entidade, será “um final de ano difícil ainda para os consumidores, principalmente para os de menor poder aquisitivo”. Ainda assim, em novembro, a maior contribuição negativa veio das famílias com renda entre R$ 4,8 mil e R$ 9,6 mil, com queda de 0,4 ponto, para 93,6 pontos, “devido à volatilidade do indicador que mede as intenções de compras de bens duráveis”.