O dólar segue em baixa no mercado doméstico na manhã desta segunda-feira, 4, após ter acumulado perdas de 0,32% na semana passada. A chance de um acordo comercial entre Estados Unidos e China traz otimismo aos investidores globais e, no Brasil, há expectativas no mercado cambial de ingresso de um fluxo de recursos elevado com o leilão da cessão onerosa, nesta quarta-feira, dia 6. O governo calcula que o leilão poderá atrair investimentos de cerca de R$ 100 bilhões, sendo parte dele de estrangeiros.
Operadores de câmbio afirmam que diminuiu um pouco o entusiasmo sobre o ingresso de fluxo dada a possibilidade de que a Petrobras arremate parte dos campos de exploração, o que reduziria a participação de estrangeiros na proporção esperada pelo mercado.
O investidor também espera pela divulgação, na terça-feira, 5, da ata do Copom, na qual deve buscar explicações sobre a cautela mostrada no comunicado em relação aos rumos da política monetária em 2020, e aguarda o anúncio do pacote de medidas fiscais do governo, que prevê uma economia de gastos de R$ 24,78 bilhões no primeiro ano de vigência depois de aprovada pelo Congresso. Na quinta-feira (7) tem o IPCA de outubro e o Supremo Tribunal Federal (STF) retoma o julgamento a respeito da possibilidade de prisão após condenação em segunda instância.
No exterior, ficam no radar na semana os dados da balança comercial dos Estados Unidos em setembro, na terça-feira, e os da China em outubro, na sexta-feira. Neste domingo, 3, o secretário de Comércio americano, Wilbur Ross, disse em entrevista à Bloomberg que licenças para que companhias americanas vendam componentes à gigante de telecomunicações chinesa Huawei serão concedidas “muito em breve” e declarou também esperar que os dois países assinem a chamada “fase 1” de um acordo comercial preliminar ainda este mês.
Às 9h53 desta segunda, o dólar à vista caía 0,13%, a R$ 3,9898. O dólar futuro de dezembro recuava 0,01%, a R$ 3,9960.
Mais cedo, na pesquisa Focus, o mercado manteve as projeções para IPCA deste ano (3,29%) e 2020 (3,60%) e também para Selic, que permanece em 4,50% no fim de 2019 e 2020. A projeção para alta do PIB este ano passou de 0,91% para 0,92%, enquanto o PIB de 2020 seguiu em 2,00%. A mediana das expectativas para o câmbio no fim deste ano seguiu em R$ 4,00, igual a um mês atrás, e para o próximo ano, permaneceu em R$ 4,00, ante R$ 3,95 de quatro pesquisas atrás.