Os dois suspeitos de praticarem agressão homofóbica contra um rapaz homossexual no Setor Bueno, em Goiânia, no início deste mês, foram liberados na madrugada desta segunda-feira (22/7) após o vencimento do prazo da prisão temporária.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Carlos Caetano, a prisão dos estudantes de Educação Física Caio César Rodrigues Sampaio e Lucas Vilela Martins, ambos de 20 anos, era em caráter temporário e, com o vencimento, a investigação não apontou ser necessário um pedido de prorrogação da prisão. Os suspeitos estavam presos desde o dia 17/7.
Um terceiro suspeito de ter participado da agressão homofóbica, Deivid Assis Orlando, estudante de Direito de 23 anos, se apresentou à Polícia Civil para prestar depoimento no último dia 18/7, mas foi liberado no mesmo dia.
O inquérito deve ser finalizado ainda essa semana.
Relembre o caso da agressão homofóbica em Goiânia
Os suspeitos do crime, ocorrido no dia 6/7, foram flagrados por câmeras de segurança agredindo um rapaz homossexual, de 24 anos, que estava a caminho do trabalho, com socos e chutes, além de persegui-lo.
Segundo o rapaz, só recentemente ele decidiu tornar público a agressão para tentar evitar que outras pessoas sejam vítimas. As imagens em poder da polícia evidenciaram o crime. O jovem pode ser visto caminhando e sendo abordado por dois homens. Um deles dá vários murros no rosto do jovem. Para tentar fugir das agressões, o rapaz corre.
O rapaz contou que não conhecia os agressores, que foram presos na manhã de quarta-feira (17/7).
Foi a primeira prisão pelo crime de homofobia da história de Goiás desde a criminalização por parte do Supremo Tribunal Federal (STF), e pode ser também a primeira do Brasil.
No dia 13 de junho deste ano, o Supremo Tribunal Federal determinou que a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero passe a ser considerada um crime.