As principais centrais sindicais convocaram para hoje uma greve geral em todo o País contra a reforma da Previdência. Em São Paulo, a grande dúvida ontem era sobre a adesão das categorias ligadas ao setor de transporte, já que são elas que, efetivamente, determinam o sucesso ou não de uma greve geral.
Inicialmente, os sindicatos dos funcionários do Metrô, da CPTM (trens metropolitanos) e ônibus anunciaram adesão total à paralisação. Mas decisões judiciais determinaram que os serviços deveriam continuar sendo oferecidos. Segundo a Secretaria de Transportes Metropolitanos (SMT), a Justiça determinou que o Metrô mantenha 100% do quadro de funcionários nos horários de pico e 80% no restante do dia e, na CPTM, 100% do quadro de servidores em todo o horário de operação.
A São Paulo Transportes (SPTrans, que cuida dos ônibus) também conseguiu uma decisão judicial que determina a manutenção do serviço. Em nota, afirmou que houve determinação para “que se mantenha o serviço, em especial nos horários de pico entre 5 horas e 9 horas e entre 17 horas e 20 horas, sob pena de multa de R$ 100 mil por dia, no caso de descumprimento”. A liminar, porém, não especifica a porcentagem da frota que deve funcionar nos horários de maior circulação.
Apesar disso, após assembleia no início da noite de ontem, os metroviários de São Paulo decidiram que vão paralisar as operações. “Vamos parar tudo. A partir da meia-noite, já não vamos trabalhar”, disse Wagner Fajardo, diretor do Sindicato dos Metroviários. A decisão foi tomada mesmo com liminar da Justiça proibindo a paralisação. “Ainda estamos no prazo para contestar na Justiça, mas consideramos que essa decisão não se aplica, porque é um protesto nacional, não só dos metroviários. Não é por uma reivindicação só da nossa causa, a Justiça não tem como mediar isso, estão tirando nosso direito de greve.”
As empresas ViaQuatro e ViaMobilidade, concessionárias responsáveis pela operação e manutenção das linhas 4-Amarela e 5-Lilás, respectivamente, porém, informaram em nota que suas operações para hoje permanecem inalteradas.
O Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de São Paulo decidiu em assembleia no início da noite de ontem aderir somente no início da manhã à greve geral. Os ferroviários desistiram da paralisação.
A prefeitura de São Paulo chegou a anunciar, à tarde, que o rodízio de veículos seria cancelado hoje, mas depois voltou atrás na decisão.
Nas escolas, os sindicatos dos professores das redes de ensino municipal, estadual e particular decidiram aderir ao movimento. Ao menos 33 colégios particulares de São Paulo devem ter as atividades suspensas ou interrompidas parcialmente nesta sexta-feira. Segundo o Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro-SP), entre os colégios que aprovaram a greve estão o Equipe, Oswald de Andrade, Notre Dame, Escola da Vila, São Domingos, Vera Cruz e Santa Cruz. Em alguns deles, as atividades só serão suspensas em um período ou para alguma etapa de ensino.
O Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieeesp), porém, repudiou a paralisação dos professores da rede particular e destacou que apoia a reforma da Previdência. “Não somos favoráveis à referida paralisação. Assim, orientamos a todas as escolas no Estado de São Paulo, que as atividades escolares transcorram normalmente no próximo dia 14, sem o abono às eventuais faltas ocorridas”, disse o sindicato em nota.
Na área de saúde, as secretarias municipal e estadual disseram que não haverá nenhuma alteração de funcionamento por causa da greve convocada para hoje.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.