O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) denunciou pela nona vez o médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, por crimes sexuais. Desta vez, o médium de Abadiânia, município do interior de Goiás, responde por estupro de vulnerável contra seis vítimas.
As investigações apontam que os crimes teriam ocorrido em uma sala privada durante atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia. De acordo com o MP a um jornal local, duas das vítimas são do Paraná. As outras residem no Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Os promotores ainda informaram que uma das mulheres é cega e que todas as outras apresentavam algum tipo de vulnerabilidade que justifique a tipificação do crime. Consta também que as testemunhas desta denúncia são quatro vítimas, cujos crimes já prescreveram.
Ao Dia Online, a assessoria do MP-GO confirmou a possibilidade uma coletiva de imprensa sobre o caso.
Oitava denúncia contra João de Deus foi feita em março
A oitava denúncia do Ministério Público contra João de Deus foi apresentada no dia 22/3. Ele foi acusado de envolvimento com uma rede de policiais militares e civis em situação ilícita. Além disso, o MP-GO apresentou, na ocasião, novos relatos de abuso sexual, além da prática de falsidade ideológica. As informações são do O Globo.
De acordo com o jornal na época, dois delegados estariam sendo investigados pela corregedoria da Polícia Civil de Goiás. Um policial militar será denunciado por falsidade ideológica e por fazer parte da rede de proteção ao médium.
O MP-GO quis saber, conforme o veículo, se policiais estavam ajudando João de Deus com as vítimas de abuso sexual, para que elas não denunciassem os crimes cometidos por ele.
A força-tarefa criada para desvendar o caso João de Deus também tentou descobrir o papel desempenhado por policiais militares nas atividades financeiras do religioso na cidade de Abadiânia (GO).
O Dia Online também entrou em contato com as assessorias da Polícia Civil (PC) e da Polícia Militar de Goiás (PMGO) na época. A assessoria da PC confirmou, em nota, a existência de uma investigação em curso contra policiais civis por suposto envolvimento deles com João de Deus. Entretanto, negou que tenha relação com a denúncia a ser apresentada hoje pelo MP-GO, uma vez que não existem denúncias contra delegados nesse caso, como informou O Globo.
Veja a nota enviada pela PC na época da denúncia:
“A Polícia Civil informa que a Casa Correicional instaurou investigação preliminar a fim de apurar eventuais irregularidades atribuíveis a servidores desta Instituição no caso citado pelo Ministério Público.”