Atualização. Até às 17h desta terça-feira (11/12), o Ministério Público de Goiás recebeu 2016 denúncias de abuso sexual contra o médium de João de Deus. Segundo o MP, duas das mulheres que se apresentaram com vítimas são do exterior, sendo uma dos Estados Unidos e outra da Suíça. Todas serão ouvidas nos próximos dias. Nesta quarta-feira (12/12), o órgão promoverá uma coletiva de imprensa para mais detalhes da força-tarefa.
Do total de casos, 156 foram relatados por meio do canal criado exclusivamente o caso, e-mail [email protected]. Elas se identificaram como moradoras de Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. As possíveis vítimas podem procurar o MP-GO também pelos telefones (62) 3243-8051 e 8052 ou presencialmente.
Mulheres de todo o país têm feito denúncias nos MPs de seus estados; já são mais de 400 casos. As primeiras denúncias de abuso sexual vieram à tona na última sexta-feira (7/12), no programa Conversa com Bial, da TV Globo. As vítimas relataram que as agressões ocorreram na Casa Dom Inácio, em Abadiânia, interior de Goiás, onde o médium, famoso no mundo inteiro, atende milhares de pessoas que buscam curas espirituais.
Investigações: João de Deus e casos de abuso sexual
De acordo com o MPGO, o médium já vinha sendo investigado por abuso sexual contra suas pacientes, em sigilo, desde o mês de junho deste ano. Segundo o delegado-geral da Polícia Civil de Goiás, André Fernandes, em outubro deste ano a Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) recebeu as denúncias.
Existem denúncias contra João de Deus desde 2010. No ano de 2012, o médium, que é natural de Cachoeira de Goiás, chegou a ser julgado por abuso sexual, mas foi inocentado por falta de provas.
João de Deus nega todas as acusações
A defesa de João de Deus informou, por meio de nota, que o médium recebeu “com indignação” as acusações e que ele “rechaça” o que classifica como “qualquer prática imprópria dos seus procedimentos”. O médium nega veementemente todas essas acusações e informou, por meio do advogado Alberto Toron, vai que colaborar com as investigações.