Rodrigo Rocha Loures (MDB-PR), ex-deputado e ex-assessor de Michel Temer (MDB), não será mais monitorado por tornozeleira eletrônica. Ele deve retirar o equipamento nos próximos dias, na Central Integrada de Monitoração Eletrônica (Cime), no Setor Bueno, em Goiânia. O uso do sistema de monitoramento foi suspenso pelo juiz Jaime Travassos Sarinho, da 15ª Vara de Brasília, a pedido da defesa de Loures.
Segundo a defesa, o Rocha Loures nunca descumpriu as regras estabelecidas pelo monitoramento por tornozeleira eletrônica, e apesar da retirada do aparelho, o ex-deputado deve cumprir algumas medidas cautelares como a obrigação de se recolher em casa durante a noite e se apresentar regularmente à Justiça.
Rochas Loures, o “homem da mala”
O ex-assessor especial do presidente Michel Temer (MDB) foi preso em junho de 2017, após ser flagrado pela Polícia Federal (PF) recebendo uma mala com R$ 500 mil, que teria sido enviada pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS. A investigação foi iniciada com base em delação premiada da empresa.
Rocha Loures é um conhecido homem de confiança de Temer. Foi chefe de Relações Institucionais da Vice-Presidência sob Temer. Após o impeachment, virou assessor especial da Presidência e, em março, voltou à Câmara, ocupando a vaga do ministro da Justiça, Osmar Serraglio.
O pedido de prisão foi feito após o ex-ministro da Justiça Osmar Serraglio reassumir o cargo de deputado federal. Com o retorno, Loures, que era suplente de Serraglio, perdeu o foro privilegiado.
Rocha Loures põe tornozeleira em Goiânia
O ex-deputado Rodrigo Rocha Loures recebeu a tornozeleira eletrônica em julho do ano passado, em Goiânia. Ele foi solto depois de ficar preso por pouco mais de um mês na carceragem da Polícia Federal (PF), em Brasília.
Na ocasião, a PF informou que não dispunha desse tipo de equipamento em suas unidades, próprio de órgãos penitenciários ou de segurança pública ostensiva. A tornozeleira eletrônica usada por Loures foi cedida pelo estado de Goiás.
Ainda em julho, o promotor de Justiça Fernando Krebs pediu o recolhimento do aparelho emprestado pelo Estado. De acordo com a ação, não havia justificativa para o empréstimo da tornozeleira, tendo em vista os indícios de violação de princípios constitucionais como o da impessoalidade e da moralidade.
“A ilegalidade está na concessão do privilégio, em burlar a fila”, afirmou o promotor, acrescentando que a medida violou preceitos basilares da República, onde todos os cidadãos são iguais, não podendo haver privilégios.