Coronéis da reserva da Polícia Militar do Paraná assumiram o comando das seis empresas que detêm as concessões de rodovias no Estado, suspeitas de envolvimento em um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro alvo da Operação Lava Jato. A dois dias das eleições a governadora e candidata à reeleição Cida Borghetti (PP) assinou um decreto de intervenção administrativa nas concessionárias e nomeou militares para conduzir os contratos.
O governo informou que a intervenção foi recomendada pela Controladoria-Geral do Estado e pela Procuradoria-Geral do Estado, após análise dos documentos e fatos apurados pela Lava Jato, na Operação Integração.
Polícia Federal e Ministério Público Federal apuram corrupção nos contratos e sobrepreço nos pedágios do Estado.
O controlador-geral do Estado, Carlos Eduardo Moura, classificou de “estarrecedores” os dados descobertos na Lava Jato, afirmou em entrevista à imprensa na quinta-feira, 4.
Segundo ele, existe um ambiente “de falta de controle absoluta” e “propício para implantação da corrupção estruturada”.
À partir desta sexta-feira, 5, seis militares reformados assumiram as seis concessionárias.
Função dos coronéis no comando das empresas
O secretário de Infraestrutura e Logística, Abelardo Lupion, explicou que as intervenções servirão para facilitar o acesso de autoridades aos documentos das empresas e contribuir para as investigações.
O decreto estabelece que o interventor deve determinar e fiscalizar o cumprimento das obrigações contratuais, impedir atos de desconformidade, assegurar a disponibilidade de informações às autoridades, entre outras coisas.
A intervenção nas concessionárias vale por 180 dias, com possibilidade de prorrogação.
Operação que levou a PF às empresas investigadas
A Polícia Federal deflagrou na última quarta-feira, 26, a Operação Integração, 55ª fase da Lava Jato. Em nota, a PF informou que a investigação mira em casos de corrupção ligados aos procedimentos de concessão de rodovias federais no Estado do Paraná que fazem parte do chamado Anel da Integração.
Os alvos das medidas são as seis concessionárias que administram o Anel de Integração do Paraná: Econorte, Ecovia, Ecocataratas, Rodonorte, Viapar e Caminhos do Paraná, além de intermediadores e agentes públicos corrompidos beneficiários de propinas.
Policiais federais, auditores da Receita Federal e membros do Ministério Público Federal participam da ação realizada simultaneamente nos Estados do Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo. Aproximadamente 400 servidores públicos participam das ações desta quarta-feira.
Estão sendo cumpridos 73 mandados de busca e apreensão, três mandados de prisão preventiva e 16 mandados de prisão temporária.