O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dyogo de Oliveira, previu crescimento de 3% ao ano da economia brasileira nos próximos anos, “sem problemas”, durante apresentação no Fórum Brasileiro das Incorporadoras, promovido pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em São Paulo. “Mas precisamos fazer a reforma da previdência”, acrescentou.
Oliveira comentou ainda sobre a importância do setor imobiliário e de construção para o crescimento do País, lembrando que a construção residencial responde por 25% dos investimentos e que, somado à infraestrutura alcança os 50%. “A saída para o País é o investimento. Portanto, é a construção que terá de andar. A saída para o Brasil é o crescimento do mercado imobiliário, da construção e da infraestrutura e qualquer um que assuma vai buscar esse caminho”, comentou.
O presidente do BNDES observou ainda que se a taxa de juro permanecer no atual nível por dois anos, os R$ 6 trilhões de recursos que estão “parados” em fundos de renda fixa, reservas dos fundos de pensão e das seguradoras e nos Family offices podem irrigar o setor.
Oliveira ponderou que é preciso entretanto concluir a regulamentação das (Letra Imobiliária Garantida (LIGs), implementar as mudanças recentes no mapa e avançar em novos instrumentos financeiros. Ele citou ainda como essencial que se aumente a segurança jurídica no setor.
Contestação
O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, contestou as projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) feitas pelo presidente do BNDES no mesmo evento da Abrainc.
“Ninguém vai crescer 3% com apenas 15% de investimentos do PIB”, ponderou Martins.
O representante da indústria da construção apontou a falta de recursos públicos para investimentos em infraestrutura e observou que os aportes do setor privado permanecem inibidos pela falta de segurança jurídica e pelo ambiente de incertezas sobre os rumos políticos do País.
“No próximo governo, terão que ser feitas reformas duras. Mas também é preciso haver trégua para garantir investimentos”, afirmou ele, referindo-se à necessidade de se dar andamento a micro reformas, como a regulamentação dos distratos.
No mesmo evento, o presidente do conselho de administração da MRV Engenharia, Rubens Menin, defendeu que o próximo governo tenha disciplina fiscal para garantir o reequilíbrio das contas públicas e a retomada da capacidade dos investimentos.
“Estamos em momento decisivo. Vamos olhar os candidatos que estão pregando disciplina fiscal. Sem isso, o Brasil não vai crescer”, recomendou o empresário.