O juiz da 8ª Vara Criminal de Goiânia, Ricardo Prata, determinou abertura de ação penal contra o ex-governador de Goiás e candidato ao Senado, Marconi Perillo (PSDB), pelo crime de corrupção passiva. Também estão no banco dos réus os empresários da Delta Fernando Cavendish e Claudio Dias Abreu e o contraventor Carlinhos Cachoeira.
A decisão é do dia 6. O tucano é acusado de corrupção passiva, por ter parte de uma dívida de campanha eleitoral, no valor de R$ 90 mil, supostamente paga em troca de um aditivo realizado em contrato do Estado com a Delta Engenharia.
A denúncia foi oferecida em março de 2017 pela Procuradoria-Geral da República ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Com a renúncia de Perillo para disputar as eleições, o caso foi enviado à primeira instância.
De acordo com a PGR, Carlinhos Cachoeira se valeu de “estreitas relações” com agentes políticos de Goiás para que a Delta estabelecesse “contratos vultosos, vários deles firmados com violação de dispositivos expressos de lei ou com prejuízo flagrante aos cofres públicos”.
Em troca, o contraventor – considerado na denúncia um “operador oculto dos interesses da Delta” – oferecia propina aos agentes públicos.
As defesas dos acusados ainda não se manifestaram.
Marconi Perillo teria recebido propina
Quando assumiu o governo do Estado em 2011, Marconi Perillo, conforme divulgou a PF, firmou um “compromisso com a construtora Delta, sob o intermédio do bicheiro Carlinhos Cachoeira. A Delta teria de pagar propina ao Marconi assim que pagasse os serviços prestados ao governo de Goiás.
Segundo a PF, a primeira parcela do pagamento foi uma casa do ex-governador de Goiás. Marconi venderia o imóvel e receberia R$500 mil. Cachoeira e Delta aceitaram e pagariam em três parcelas usando chefes que laranjas.
Ainda conforme a investigação, Perillo teria recebido os cheques de Cachoeira, como forma de pagamento, feitos entre março e maio do ano passado. O dinheiro vinha das contas da Delta e era lavado por empresas fantasmas de Cachoeira e, em seguida, repassado a Perillo. A construtura, ainda, teria entregue uma diferença de R$ 500 mil.