O terceiro candidato a presidência a ser no Jornal Nacional, da TV Globo, foi Geraldo Alckmin, do PSDB. A conversa aconteceu nesta quarta-feira (29/8), e assim como os outros candidato Ciro Gomes, e Jair Bolsonaro, durou 27 minutos.
Alckmin respondeu perguntas sobre alianças políticas, corrupção, segurança pública e saúde.
O candidato negou irregularidades em obras como Rodoanel, apontadas pelos entrevistadores, e chegou a dizer que facções criminosas não dão ordens de dentro de cadeias.
Confira o resumo da entrevista com Geraldo Alckmin
Alianças e Corrupção
A primeira pergunta foi em relação às alianças de Alckmin com o “Centrão” que contém 41 investigados na Lava Jato.
Alckmin respondeu que todos os partidos têm “bons quadros”, e que quem for condenado irá pagar. Disse que defende a Lava Jato e que vamos sair melhores desse quadro após as investigações, mas que sem alianças não é possível fazer mudanças, e o Brasil tem pressa.
“precisamos ter maioria para fazer as mudanças que o Brasil precisa. Quem prometer mudança sem construir maioria é conversa fiada”, declarou.
Alckmin ainda foi indagado sobre Fernando Collor de Melo estar entre os aliados, e sobre Aécio Neves e Eduardo Azeredo ainda fazerem parte do partido.
O candidato afirmou que o partido de FHC não o apoia, que Aécio ainda não foi condenado mas foi afastado da liderança do partido, e que Azeredo, preso pelo chamado mensalão, está afastado da política há muito tempo e que vai pedir seu desligamento.
Voltou a afirmar que quem for condenado vai pagar, que o partido não passa a mão na cabeça de ninguém e nem transforma réu em vítima, e que a ética que o partido prega vale para os próprios membros do partido.
Desvio de dinheiro para campanhas
Questionado sobre desvio de dinheiro para campanhas políticas, o candidato afirmou que suas campanhas foram feitas rigorosamente dentro da lei.
Sobre o envolvimento de seu cunhado nas acusações o candidato afirmou que ninguém da sua família participa de governo e que é importante separar o joio do trigo. “Há tendência de misturar tudo e não é correto nem é verdade” declarou.
Rodoanel
As obras do Rodoanel são investigadas por desvio de dinheiro. A Polícia Federal já indiciou 12 pessoas por suspeita de envolvimento no esquema e a estimativa é de um superfaturamento de mais de R$ 600 milhões.
Um dos 12 indicados é Laurence Casagrande, seu secretário de transportes. O candidato foi questionado se é coerente ele sair em defesa do secretário com seu discurso anti corrupção.
Alckmin respondeu que é “absolutamente coerente” e que Casagrande está sendo injustiçado e que espera que “amanhã, quando ele for inocentado, tenha o mesmo espaço para fazer justiça”.
PCC não lidera de dentro de cadeias
A próxima pergunta foi em relação à segurança pública. Uma das maiores facções criminosas do país surgiu no Estado de São Paulo, governado por ele durante 11 anos.
Ao ser questionado sobre a forte atuação do grupo, inclusive de dentro dos presídios, o candidato negou essa realidade.
Ele declarou que as cadeias são equipadas com scanners e segurança máxima, e que a afirmação de que líderes comandam de dentro das cadeias “são coisas que vão sendo repetidas e acabam virando verdade”.
O presidenciável ainda negou o que alguns estudiosos afirmam, de que a redução da taxa de homicídios no estado deva ser mais atribuído à facção do que ao governo, o que o candidato respondeu ser uma afirmação inacreditável, e que a polícia é a responsável pela redução.
Alckmin ainda prometeu que se eleito, irá endurecer penas contra criminosos, acabando com as “saidinhas” de presos, concedidas em datas comemorativas por ordem de juízes.
Saúde
A última questão foi sobre saúde e Organizações Sociais, as quais Alckmin defende como modelo. Disse que o hospital mais bem avaliado pelos usuários do brasil é o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, o Icesp, gerido por uma OS.
O candidato terminou dizendo que reconhece que ainda precisa melhorar e que é seu dever como médico melhorar a saúde do Brasil.
Próxima entrevista
A série de entrevistas termina nesta quinta-feira (30/8) com a candidata Marina Silva. A ordem das entrevistas foi determinada por sorteio.
A emissora convidou apenas os que tiveram as melhores colocações nas pesquisas do Ibope e Datafolha.
Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, que aparece em primeiro lugar em ambas, foi proibido pela Justiça de dar entrevistas. Ele está preso desde abril em Curitiba por corrupção e lavagem de dinheiro.