O candidato do PDT (Partido Democrático Trabalhista), Ciro Gomes, participou de uma entrevista nesta segunda-feira (27/8) no Jornal Nacional, da TV Globo. Ele foi o primeiro convidado de uma série que vai entrevistas com os presidenciáveis.
Ciro respondeu perguntas sobre corrupção, alianças, endividamento, Operação Lava Jato, sobre sua confiança em Carlos Lupi e sobre o ex-presidente Lula.
Confira o resumo da entrevista com Ciro Gomes:
A conversa começou por volta das 20h35 (horário de Brasília) e durou cerca de 27 minutos. Os âncoras do Jornal, Willian Bonner e Renata Vasconcellos foram os entrevistadores.
Operação Lava Jato
A primeira pergunta foi relacionada à Operação Lava Jato. Ciro Gomes já deu declarações polêmicas contra o juiz Sergio Moro ao dizer que o receberia à bala e disse que colocaria o Ministério Público “de volta na caixinha”. A pergunta foi como ele convenceria o eleitor sobre seu apoio às investigações depois desses depoimentos.
Ciro respondeu que apoia a operação, mas ela só prestará serviço se for feita de forma equilibrada. Disse que no momento há muitos abusos, mas que reconhece a importância das investigações “porque ela é uma virada de página” na história de impunidade no país.
“Lula foi um bom presidente pro Brasil”
Logo em seguida o candidato foi questionado sobre Lula. Em uma declaração antiga Ciro disse ter avisado o ex-presidente sobre a corrupção na Transpeto, antes mesmo da Operação Lava Jato, mas que Lula nada fez. A pergunta foi se não cabia à ele fazer uma denúncia formal já que era ministro na época.
Ciro Gomes respondeu que não tinha provas para fazer valer a sua palavra. Disse ainda que Lula foi um bom presidente para o país, mas que seu trabalho foi perdido no governo Dilma.
Promessa de redução do endividamento
Ciro também foi questionado sobre sua promessa de tirar o nome de dezenas de milhões de brasileiros do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC)
Ele respondeu que vai cumprir pois tem um projeto pra isso, que não envolve dinheiro público. Disse que não vai fazer isso porque é “bonzinho” mas porque tem um plano de como realizar.
O candidato afirmou que foi o governador mais popular do Brasil porque honra com sua palavra e deu uma alfinetada :“Qualquer coisa que vem para pobre ou para classe média eles ficam pirados” e cita que a mesma hostilidade não aparece quando o governo promove os Refis, programas de refinanciamento de dívidas empresariais.
Divergências com a vice Kátia Abreu
Ciro tem diferenças conhecidas com a sua vice de chapa, Kátia Abreu, em temas como porte de armas, demarcação de terras indígenas e desmatamento.
O candidato comentou que Kátia foi escolhida justamente por ser diferente dele, mas que os dois estão em pleno acordo. Ele citou os votos contrários de Abreu ao “golpe” e à reforma trabalhista como convergências.
Carlos Lupi
Ciro foi questionado sobre seu compromisso com Carlos Lupi, presidente do seu partido, mesmo ele sendo réu por improbidade administrativa na Justiça Federal do Distrito Federal.
O candidato negou que ele seja réu e reafirmou que Lupi “tem a minha confiança cega”.
Falta de Alianças
A última pergunta foi em relação à falta de alianças do candidato e como ele governaria dessa forma.
Para responder, Ciro usou exemplos de candidaturas fortes eleitoralmente com pouca base partidária, como a de Marina Silva (Rede).
Ele disse que sua estratégia é deixar clara sua agenda para explorar os poderes que qualquer presidente eleito tem nos primeiros seis meses de governo.
Ele também expressou a vontade de “redesenhar o entendimento fiscal em troca de um redesenho do pacto federativo”, notando estados e municípios estão quebrados, como parte de angariar apoio.
Ciro Gomes completou que pretende usar o instrumento de plebiscitos e referendos para quebrar impasses.
Próximas entrevistas
A série de entrevistas segue durante a semana com outros entrevistados, uja A ordem foi determinada por sorteio. Hoje (28/8) Jair Bolsonaro é o convidado, Geraldo Alckmin é o de na quarta-feira (29) e Marina Silva na quinta-feira (30).
Foram convidados, segundo a emissora, “os principais candidatos da pesquisa da semana anterior que estejam aptos para estar presencialmente no estúdio”.
O que exclui o candidato do PT, Luís Inácio Lula da Silva, líder nas pesquisas do Ibope e Datafolha, que está preso desde abril.