A Polícia Federal deflagrou duas operações em Goiás nesta semana, investigando crimes que envolvem desvios de recursos públicos da saúde e um esquema bilionário de tráfico internacional de drogas.
Nos dois casos, a Polícia Federal cumpre mandados que envolvem bloqueio de bens e apreensão de valores, sendo que no caso da saúde pública os recursos desviados atingem mais de R$ 5 milhões, enquanto no tráfico internacional de drogas a movimentação chega a R$ 1,6 bilhão.
Fraude na saúde pública

Na manhã desta quinta-feira (21), a operação Plano de Saúde Público foi deflagrada para apurar o desvio de recursos federais destinados à área da saúde entre 2022 e 2023.
A Justiça Federal, por meio da 5ª Vara, determinou o sequestro de mais de R$ 5 milhões de investigados, incluindo pessoas físicas e jurídicas.
A Polícia Federal cumpriu três mandados de busca e apreensão, dois em Salvador (BA) e um em Goiânia (GO).
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As investigações apontam que o gestor da organização teria criado um plano de saúde privado em nome da filha, utilizando os próprios funcionários dos hospitais públicos como clientes.
O pagamento das mensalidades era feito com dinheiro público. Os investigados podem responder por peculato, falsidade ideológica e lavagem de capitais.
Ninguém foi preso até o momento, e os nomes dos hospitais administrados pela organização social investigada não foram divulgados.
Tráfico internacional de drogas

Também nesta quinta-feira (21), a operação Rota Khalifa cumpriu oito mandados de busca e apreensão contra um grupo suspeito de tráfico internacional de drogas que teria movimentado cerca de R$ 1,6 bilhão. A ação foi autorizada pela 1ª Vara Criminal da Justiça Federal em Araguaína (TO).
Os mandados foram cumpridos nos municípios de São Félix (PA), Goiânia (GO), Aparecida de Goiânia (GO), Santo Antônio de Goiás (GO) e Brejo de Madre de Deus (PE).
Segundo a PF, a investigação é um desdobramento da Operação Rota Caipira, deflagrada em abril de 2023, que desmantelou parte da organização criminosa com ramificações nos estados do Pará, Tocantins e Maranhão.
Durante a operação desta quinta, foram realizados bloqueios de contas, sequestro de propriedades e apreensão de bens que podem somar até R$ 300 milhões. O nome da ação faz referência ao Burj Khalifa, em Dubai, em alusão à prisão de um dos principais investigados no local no ano passado.
As investigações apontam que a organização adquiria cocaína fora do Brasil e realizava o transporte aéreo até pontos estratégicos no Pará, Tocantins e Maranhão, com destinos finais em capitais do Nordeste, como São Luís (MA), Teresina (PI) e Fortaleza (CE). A PF não descarta que parte da droga também tenha sido enviada para a Europa.
O caso teve início em novembro de 2020, a partir de uma troca de informações entre a PF e a Polícia Militar do Pará, após a apreensão de 815 kg de cocaína no município de Tucumã (PA).