A Polícia Civil de Goiás concluiu as investigações do caso da morte da servidora pública Danielle Mendes Xavier de Brito Monteiro, de 44 anos, após a realização de um procedimento estético no rosto.
A conclusão do inquérito resultou no indiciamento da dona da clínica que fez o procedimento em Danielle, por homicídio. Além disso, ela e o marido também foram indiciados por fraude processual qualificada.
Morte de servidora que fez procedimento estético
De acordo com a Polícia Civil, a servidora sofreu um choque anafilático e teve uma parada cardiorrespiratória após a aplicação de hialuronidase em região abaixo dos olhos.
As investigações apontam que a vítima teve uma “reação alérgica grave”, ao produto, que não tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo a polícia, o produto é um tipo de enzima, produzida de forma manipulada, usado para corrigir procedimentos feitos com ácido hialurônico.
“Logo após a aplicação, a Daniele já começou a passar mal sem conseguir respirar direito e não havia na clínica os medicamentos básicos para prestar socorro. Não havia desfibrilador e nem equipamentos para ventilação manual”, detalhou a delegada Débora Melo, responsável pelo caso.
Conforme a delegada, a dona da clínica foi indiciada por homicídio simples por dolo eventual, por crimes contra as relações de consumo e contra a saúde pública e por fraude processual qualificada.
Imagens de câmeras de segurança flagraram o momento que a mulher chegou na clínica e, depois, foi levada em uma maca pelos socorristas.
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Irregularidades
O caso foi apurado pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon), que encontrou irregularidades na clínica, como medicamentos vencidos, sujidades, produtos sem registro na Anvisa, materiais não esterilizados e outros problemas.
À época da morte da servidora, em dezembro de 2024, a dona da clínica não havia sido presa pelo crime, mas sim por outros delitos, como execução de serviço de alta periculosidade, exercício ilegal da medicina e oferta de produto ou serviço impróprio ao consumo. Agora, ela continua presa preventivamente.
O Portal Dia não conseguiu contato com a defesa da dona da clínica até a última atualização desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.