A noite desta quarta-feira, 13 de novembro, foi marcada por um atentado nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional, em Brasília.
O suspeito de provocar a detonação de bombas estava vestido com calça e terno estampados com naipes de cartas de baralho, com fundo de cor verde-escuro e um chapéu branco, em alusão à fantasia do personagem Coringa, vilão anarquista de histórias em quadrinhos.
O caso está sendo investigado como ato terrorista pela Polícia Federal (PF).
Explosão em frente ao STF
Duas explosões aconteceram na noite de quarta-feira (13) na Praça dos Três Poderes e deixou uma pessoa morta, identificada como Francisco Wanderley Luiz.
A primeira explosão foi registrada por volta de 19h30, em um carro que estava no estacionamento entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados.
Cerca de 20 segundos depois, outra explosão foi registrada, na Praça dos Três Poderes, que fica entre o STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto.
Conforme as investigações, o homem tentou entrar no prédio do STF com os explosivos, mas não conseguiu. Em relatos à Polícia Civil, um segurança do STF disse que, ao tentar se aproximar de Francisco, ele abriu a camisa e mostrou algo semelhante a um relógio digital, que parecia estar acoplado a uma bomba.
Em seguida, Francisco lançou alguns artefatos, deitou-se no chão e acionou um explosivo, causando a detonação.
Segundo a Polícia Civil, ele havia alugado uma casa dias em Ceilândia (DF) dias antes do atentado.
Varredura
Após as explosões, as forças policiais fizeram varredura no local para verificar a existência de outras bombas, inclusive próximo ao corpo de Francisco, onde foram encontrados quatro artefatos suspeitos.
Três desses itens estavam no cinto dele e o quarto seria um extintor, que estava a alguns metros de distância do ponto de explosão. O objeto, supostamente, teria sido adaptado para estourar e o pino detonador estava na mochila de Francisco.
No porta-malas do carro que estava registrado no nome de Francisco foram encontrados fogos de artifício e tijolos. Na casa onde o homem alugou também foram encontrados explosivos.
Na manhã desta quinta-feira (14), novas explosões forma ouvidas, mas, segundo a PM, são artefatos sendo desativados “um a um”. Um robô especializado está sendo usado na operação.
Segundo a corporação, os vestígios estão sendo preservados para que a investigação possa ter materiais em busca de outros possíveis autores.
“Coringa”
Com roupas fazendo alusão ao personagem anarquista Coringa no momento do atentado, Francisco, de 59 anos, morreu ao detonar a si e seu próprio carro na região da Esplanada dos Ministérios.
Francisco era chaveiro e já foi candidato a vereador pelo PL em 2020, em Rio do Sul, a cerca de 188 km de Florianópolis (SC). Ele disputou a eleição com nome de Tiü França, mas não foi eleito.
Antes do ataque, Francisco usou as redes sociais para fazer postagens sobre bombas e explosões, dizendo que a Polícia Federal teria que desarmar o equipamento.
“Vamos jogar??? Polícia Federal, vocês têm 72 horas para desarmar a bomba que está na casa dos comunistas de merda”, disse, em capturas de tela de celular publicadas em sua página no Facebook.
Além disso, ele também divulgou uma foto dentro do prédio do STF, acompanhada da frase: “Deixaram a raposa entrar no galinheiro (chiqueiro); ou não sabem o tamanho das presas ou é burrice mesmo. Provérbios 16:18 (A soberba precede a queda)”.
Segundo o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, o caso é investigado como ato terrorista, justamente devido ao cunho político do ato.