O policial militar condenado por matar o adolescente Roberto Campos da Silva, conhecido como Robertinho, de 16 anos, foi preso em Atlanta, nos Estados Unidos.
O militar estava foragido há cerca de nove meses, desde outubro de 2023, depois que fugiu da unidade militar onde desempenhava serviço de remissão.
À época, a Polícia Militar informou que o policial “não retornou ao expediente administrativo ao final do trabalho que desempenhava, a título de remissão, em outra unidade militar Comando de Missões Especiais (CME)”.
O PM foi preso no último dia 17 de julho por uma agência americana que prende imigrantes sem documentação. Ele estava na lista vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), onde aparecem procurados da Justiça do mundo inteiro.
Entretanto, ainda não há informações sobre como ele conseguiu chegar ao país sem ser pego. A informação da prisão é do repórter Honório Jacometto, da TV Anhanguera.
Até o momento, não há previsão de quando o militar vai ser extraditado para cumprir pena no Brasil, pois o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) ainda não foi comunicado oficialmente sobre a prisão.
Relembre o caso da morte de Robertinho
▪️ O crime aconteceu no dia 17 de abril de 2017, quando os policiais invadiram a casa da família de Robertinho sem identificação adequada, alegando investigação de posse ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas.
▪️ Os policiais teriam desligado o relógio de energia para invadir a residência. Quando as luzes da casa foram apagadas, Robertinho e o pai foram ver o que tinha acontecido.
▪️ Segundo a família, os policiais não se identificaram e pediram para abrir o portão, mas eles se recusaram. Neste momento, segundo a madrasta do estudante, os policias atiraram.
▪️ Durante a ação, os PMs dispararam diversas vezes, atingindo o adolescente com mais de dez tiros e seu pai com cinco.
▪️ Robertinho não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no local. Já o pai dele foi levado para o hospital e recebeu alta dias depois. Ele passa bem, mas ainda tem projéteis alojados no corpo.
▪️ À época, o pai de Robertinho disse que tinha comprado uma arma pois a família tinha sido vítima de um assalto há três meses. Na ocasião, eles foram feitos reféns e tiveram o carro roubado.
▪️ Os policiais envolvidos sempre alegaram que agiram em legítima defesa. Além disso, eles disseram que receberam denúncias que na casa das vítimas funcionava um ponto de tráfico de drogas.
▪️ Após diversos adiamentos, o júri popular finalmente aconteceu em junho de 2023, quando três policiais acusados do crime foram condenados por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e fraude processual. Somadas, as penas dos três passam de 40 anos de prisão.