A Polícia Civil de Goiás (PCGO) concluiu o caso da jovem Dayara Talissa, de 21 anos, que foi dada como desaparecida pelo marido, em Orizona, no sul de Goiás.
O caso terminou com o indiciamento do marido, investigado pela prática do crime, e de mais duas pessoas por participação.
Segundo a polícia, o empresário, de 34 anos, foi indiciado por homicídio qualificado pelo motivo fútil, dissimulação, feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual.
Um funcionário do empresário, de 19 anos, também foi indiciado por ocultação de cadáver e fraude processual. A terceira envolvida é uma mulher, de 40 anos, que não tem parentesco com o investigado, mas foi indiciada por fraude.
Investigação
De acordo com o delegado Kennet Carvalho, a investigação começou depois que o próprio marido registrou o desaparecimento da esposa, cerca de 15 dias após o ocorrido.
Devido às contradições do empresário apresentadas em depoimento, especialmente quanto ao local onde disse ter deixado a vítima, a polícia decidiu abrir um inquérito.
Durante a investigação, a polícia descobriu que quatro homens estavam na fazenda no dia do crime, sendo três funcionários. Todos eles foram ouvidos e apresentaram contradições em relação ao caso.
Posteriormente, foi descoberto que eles foram induzidos a mentir, mas foram inocentados e foi solicitado o arquivamento do caso.
Já em relação ao marido e ao funcionário envolvido, a investigação revelou que eles estiveram no local do crime e que o empresário chegou a operar uma máquina após a morte da jovem. O corpo dela foi encontrado enterrado há cerca de 5 metros de profundidade.
Segundo a corporação, o homem confessou a ocultação de cadáver e fraude processual. O funcionário dele também confessou a participação do crime. Já a mulher, que também não teve a identidade revelada, teria usado e descartado o telefone de Dayara.
O aparelho foi encontrado em um córrego em Itumbiara, local que o empresário e o funcionário estiveram no dia 11 de março, um dia após o crime. Também no dia 11, a família da vítima também disse que recebeu uma mensagem de Dayara, indicando que ela estava em Itumbiara.
As análises das mensagens supostamente escritas por Dayara revelaram mudanças bruscas no estilo de escrita, sugerindo que o empresário se passava por ela.
Motivação
Conforme o delegado, as investigações apontam que o crime foi motivado por violência de gênero e também por uma suposto prejuízo financeiro de R$ 83 mil que a vítima teria causado ao empresário.
O homem está preso desde o dia 1º de julho, quando se apresentou à delegacia juntamente com a defesa para colaborar com a justiça.
O advogado disse ainda que vai, por via processual, rechaçar as incongruências contidas no inquérito policia. Confira a íntegra da nota:
“O advogado Dr. Divino Diogo afirma em nota que apresentou o seu cliente Paulo Antônio na delegacia de Vianópolis na tarde do dia 1º de julho, no intuito de colaborar com a justiça, já que havia o mandado de prisão expedido em seu desfavor.
O advogado afirma ainda que pela via processual irá rechaçar as incongruências contidas no inquérito policial, as quais são baseadas em indícios apenas em razão do vínculo afetivo entre Paulo e a vítima. O objetivo é comprovar em juízo a negativa de autoria do acusado.”
Corpo de jovem dada como desaparecida pelo marido é encontrado,
As investigações apontam que a polícia recebeu informações no dia 5 de julho de onde possivelmente poderia ter sido ocultado o corpo da vítima.
No local, a corporação usou máquinas para escavação e encontrou o corpo de Dayara enterrado a aproximadamente 5 metros de profundidade. Ele estava enrolado em um tecido. Também foram encontrados objetos pessoais, como roupas, hidratantes, perfumes e até uma foto.
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