A Polícia Civil de Goiás está investigando os influenciadores Igor Oliveira Viana e Ana Vitória Alves dos Santos por crimes praticados contra a filha de 2 anos, que tem paralisia cerebral.
Na ocasião, uma das denúncias que estão sendo apuradas é para apontar se a mãe utilizou o dinheiro doado para a filha em cirurgia plástica.
Investigação de influenciador de Anápolis
Conforme a polícia, os influenciadores tem como uma única fonte de renda a criação de conteúdo para a internet, com foco na rotina na filha.
“Há suspeitas de que a mãe tenha feito cirurgia plástica com o dinheiro doado para menina. Isso a gente também está investigando. Temos também a informação de que nenhum dos dois, nem o pai e nem a mãe, possuem qualquer fonte de renda, a não ser a produção de conteúdo na internet. E o conteúdo deles na internet é 90% em volta da filha, da exploração da imagem da filha, da deficiência da filha”, explicou delegada do caso, Aline Lopes.
Após a repercussão do caso, o influenciador alegou que a filha não tem PIX e o dinheiro era enviado para a conta dele.
“Minha filha não tem PIX, então se eles foram trouxas, a culpa não é minha. Eu não sou obrigado a usar o dinheiro que eles mandam especificamente com a minha filha. Eu também tenho necessidade de serem supridas. Também sou um ser humano”, disse Igor.
As investigações iniciaram na última quinta-feira (20) após denúncias de que a menina não estava sendo bem cuidada ao não possuir condições de higiene. Devido a isso, Igor passou a ser suspeito de maus-tratos, estelionato e desvio de proventos de pessoa com deficiência. Já a mulher é suspeita de desvio de dinheiro.
O casal teria se separado recentemente, mas não há processo judicial sobre a guarda da menina. Investigações ainda apontam que os dois tinham um acordo verbal de que Igor ficaria com a filha.
“Segundo conta que a gente apurou, eles estavam juntos até pouco tempo. Nesse último mês eles se separaram. E essa separação se deu de forma amigável, mas eles estariam chamando uma briga pública entre os dois, de forma a gerar mais engajamento. Tudo que acontecia com ela, a exposição, o desvio, aconteceu enquanto morava com a mãe também. Então, ainda que ela não seja autora direta, se ficar comprovado que ela não atuou para impedir o que o pai vinha fazendo, ela também pode ser responsabilizada pelos mesmos crimes, mas na forma omissiva”, alegou a delegada.
Orfanato
Devido a menina morar com o pai, ele compartilha a rotina da filha nas redes sociais e em alguns momentos acaba debochando do caso. Em um dos vídeos investigados, Igor chama a filha de inútil após pedir que ela vá no mercado.
Em um dos vídeos, ele ainda fala que a filha é chata e que já deu muito trabalho para ele. O homem também disse ao G1, em uma entrevista, que sua vontade às vezes “é de largar na porta orfanato”.
“Eu não imaginava que uma criança que tem 10% do cérebro funcionando fosse tão chata e pudesse me dar tanto problema. A vontade, às vezes, é de largar na porta do orfanato e deixar alguém se virar, alguém tomar conta”, disse.
Com a situação, o Conselho Tutelar retirou a menina de casa e a entregou para a avó paterna. No boletim de ocorrência, ficou relatado que durante a retirada da menina, Igor se comportou de forma debochada e fez piadas e observações de mau gosto.