Marcela Luise de Souza Ferreira que morreu após ser levada inconsciente ao hospital pelo marido fisiculturista, em Aparecida de Goiânia, teve tufos de cabelo arrancados pelas raiz com base no inquérito policial.
A vítima foi levada para o hospital no último dia 10 de maio e morreu no dia 20. Na ocasião, o homem chegou a levar a mulher para a unidade de saúde alegando que ela tinha caído.
Mulher espancada por fisiculturista
De acordo com a delegada responsável pelo caso, Bruna Coelho, da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), o laudo da perícia na casa onde o casal vivia e o resultado do exame do corpo de delito reafirmam a suspeita de que a mulher foi espancada pelo fisiculturista.
A delegada apontou que as lesões encontradas no corpo da vítima são incompatíveis com uma queda da própria altura, como alegou o suspeito.
“Não há dúvidas que a intenção dele era realmente matar a companheira. Pelos elementos que nós colhemos, observamos que as lesões são totalmente incompatíveis com uma queda da própria altura, chegando o perito médico legista a dizer que são compatíveis até mesmo com acidentes automobilísticos”, explicou a delegada.
Conforme as investigações, o suspeito disse para os médicos que a mulher estava limpando a casa quando escorreu e caiu. Ele ainda alegou que ela convulsionou e que as lesões foram causadas pela queda.
A polícia acredita que o fisiculturista tenha banhado a vítima e a levado para o hospital, onde de imediato foi levada para uma cirurgia e depois para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A mulher deixou uma filha de 5 anos que era fruto do relacionamento com o fisiculturista.
O fisiculturista de 32 anos tinha um relacionamento com a vítima há nove anos. Nas redes sociais ele se apresenta como nutricionista e profissional de educação física.
A investigação também apontou que o fisiculturista tem um histórico de violência doméstica.
“Ele tem antecedentes de Maria da Penha com ex-namorada e com a própria vítima. [Ela teve] medida protetiva deferida, contudo eles reataram e a medida foi arquivada”, informou a delegada.
Por meio de nota a defesa do fisiculturista lamentou a morte da mulher e informou que “irá continuar pronunciando apenas com relações às investigações”.
Confira a nota completa
“A defesa do investigado Igor Porto Galvão lamenta profundamente a morte de Marcela Luise, e continuará pronunciando apenas com relação às investigações. Sobre a decretação da prisão preventiva do Sr. Igor no ponto de vista da defesa não estão presentes os requisitos da prisão preventiva, ou seja, garantia da ordem pública, garantia da instrução criminal ou assegurar a aplicação penal.
Explico, o Igor possui profissão licita, é Nutricionista e Educador Físico, endereço fixo, é primário, em momento algum existe algo no processo que ele interferiu no bom andamento da investigação, pelo contrário a Polícia Civil esteve em sua residência fora de horário a fim de realizar pericia, e ele autorizou. Perícia essa que teve como resultado inconclusiva. Importante salientar que o colega Advogado que estava acompanhando o Igor, naquela oportunidade, já havia ido na Delegacia e colocado o Igor à disposição da Autoridade Policial . Até o presente momento o Igor não foi ouvido.
A defesa vai entrar com os pedidos cabíveis a fim de que a prisão preventiva seja substituída por medidas cautelares diferente do cárcere. Todo e qualquer manifestação adicional se dará preferencialmente nos autos processuais. Reiteremos ainda nossa total confiança no Poder Judiciário para a elucidação do caso em comento, buscando sempre a preservação dos incisos LV e LVII, art. 5º, (LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;) positivados na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988″.