A Polícia Civil de Goiás (PCGO) cumpriu mandados de busca e apreensão e de prisão nesta quinta-feira (2) em investigação que apura o feminicídio da professora Fábia Cristina Santos, encontrada morta após viajar com o marido.
De acordo com a corporação, o esposo é o principal suspeito do crime e está foragido. O corpo da mulher foi encontrado dentro de um carro em uma fazenda em Trindade.
No total, foram cumpridos 21 mandados em Goiás, São Paulo e Mato Grosso, nas cidades de Quirinópolis, Paranaiguara, Presidente Prudente (SP) e Cuiabá (MT).
Além disso, um homem também foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo.
Relembre o caso da professora encontrada morta
O caso começou a ser investigado no dia 9 de março, depois que o casal saiu de Goianira em direção a Quirinópolis para a missa de 7º dia do pai da mulher.
No dia do desaparecimento, o casal foi visto foi através de câmeras de monitoramento em um posto de gasolina no Bairro Cidade Jardim, em Goiânia. Eles chegaram ao local às 13h49 e saíram às 13h54.
Pouco tempo depois, a pedagoga chegou a enviar uma mensagem de texto pedindo ajuda para o filho. Antes, eles foram multados ao trafegar acima da velocidade permitida na GO-469, em Abadia de Goiás. Esta foi a última vez que foram vistos.
O corpo da mulher foi encontrado após 40 dias do desaparecimento, em uma fazenda de Trindade. Ele estava dentro do carro do casal e a identificação da mulher foi confirmada por meio da arcada dentária.
De acordo com a Polícia Civil, o corpo estava esqueletizado e em estado avançado de decomposição.
Nome falso
As investigações apontam que o homem usava nome falso há quase 30 anos e conseguiu forjar a documentação para trocar de identidade e fugir da polícia desde 1996.
O homem é réu por duplo homicídio praticado em 1996 junto com o tio e está foragido desde esta época. Segundo familiares, a identidade utilizada pelo homem era de um irmão mais novo dele.
A delegada responsável pelo caso, Carla de Bem, explica como ele conseguiu forjar a documentação.
“Os dois documentos [de identidade] são materialmente verdadeiros, porque o primeiro ele tirou quando criança, sem coleta de impressões papilares, só com a foto e a assinatura dele ainda bem infantil, e o segundo ele volta e faz um novo documento ‘quente’. Ele colhe impressões papilares dele no nome de Wander”.
Durante as investigações, a polícia encontrou imagens no computador de Fábia comprovando que ela já havia sido vítima de violência, inclusive de tentativa de homicídio por parte do marido, com quem estava há 27 anos.