Mais de quatro meses após o desaparecimento do menino Pedro Lucas, a Polícia Civil de Goiás indiciou o padrasto por suspeitas de matar e ocultar o corpo da criança, em Rio Verde, no sudoeste goiano.
O homem, de 22 anos, que está preso preventivamente, teria dado detalhes aos detentos do presídio de como cometeu o crime.
A direção do presídio teria recebido duas cartas escritas por presos informando que o padrasto do menino tem falado sobre o crime no local.
“Duas cartas recebidas dentro da CPP, escritas por presos, detonam que o padrasto do Pedro Lucas tem dito no interior do presídio em detalhes como praticou o crime. Eles apresentaram e entregaram esse relato por escrito à direção do presídio”, disse o delegado Adelson Candeo, responsável pelo caso.
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Diante dos fatos, o homem foi indiciado por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Segundo o delegado, apesar do corpo não ter sido encontrado, há indícios que apontam a participação dele no crime.
Os pontos que levantaram a suspeita da polícia sobre ele foram a demora no registro do desaparecimento, a mudança da rotina no dia do crime e as mensagens enviadas para a avó do menino. Além de inconsistências e contradições nos depoimentos e o mau relacionamento entre o padrasto e a criança.
Conforme as investigações, Pedro Lucas era o responsável por levar e buscar o irmão mais novo na escola, mas no dia do desaparecimento, o padrasto foi buscar a criança.
O homem está preso desde o dia 8 de janeiro, depois que a polícia encontrou vestígios de sangue na casa onde Pedro Lucas morava. Entretanto, exames apontaram que o sangue não pertencia ao menino ou aos moradores da residência.
Relembre o caso Pedro Lucas
O menino desapareceu depois que saiu de casa para deixar o irmão mais novo, de 6 anos, na escola. Imagens de câmeras de segurança mostram o menino andando próximo à casa e, depois, não foi mais visto.
O boletim de ocorrências sobre o desaparecimento só foi registrado quatro dias depois, em 5 de novembro. A mãe apresentou duas versões para a polícia, a primeira dizendo que o menino chegou em casa, almoçou e disse que ia para a casa da avó.
Entretanto, admitiu que mentiu para justificar a demora em registrar a ocorrência. Ela disse teria mentido por medo de perder a guarda dos outros filhos.
Dois meses após o desaparecimento, a polícia encontrou uma ossada humana dentro de uma mala, em uma região de mata próximo à casa da família do menino. Entretanto, um laudo da perícia revelou que os restos mortais não pertenciam a Pedro Lucas, mas sim a um adolescente de 16 anos.
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