As forças policiais de Goiás apresentaram na tarde desta terça-feira (5/12) o real autor do homicídio contra a adolescente Amélia Vitória de Jesus, de 14 anos.
As investigações apontaram que a estudante foi estuprada várias vezes e morreu por asfixia. Há indícios de que o autor agiu sozinho.
Suspeito do crime
De acordo com a corporação, o pedreiro que foi preso no último domingo (3/12), apontado na mídia como suspeito do crime, não tem relação alguma com o crime cometido contra a estudante.
Entretanto, ele foi preso depois que foi encontrado sangue humano no porta-malas de seu veículo. Exames indicaram que o sangue não era da adolescente Amélia. Por isso, ele foi solto e o caso será investigado.
Prisão do autor do crime contra Amélia
Através de exames e provas periciais, a polícia conseguiu identificar Janildo da Silva Magalhães, de 38 anos, como autor do crime contra a adolescente. Ele foi identificado através do Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG), usado pelas polícias brasileiras por meio de uma rede integrada.
No acervo, há material de vítimas e de suspeitos. Quando ocorre um crime, essas coletas são cruzadas por peritos que analisam possíveis suspeitos até desvendar os casos.
Desta forma, através do material genético encontrado no corpo da adolescente Amélia Vitória, a polícia conseguiu verificar que o autor já teria cometido outro crime em 2017, em Rio Verde. Na ocasião, o modus operandi foi o mesmo, entretanto, ele libertou a vítima após o abuso sexual.
De posse das informações do autor, a polícia conseguiu localizá-lo e prendê-lo em uma casa no Setor Independências Mansões, em Aparecida de Goiânia. No momento da prisão, a mãe e irmã do autor estavam na residência.
Como o crime aconteceu
De acordo com a Polícia Civil, Janildo saiu de casa na quinta-feira (30), dia que raptou a vítima. Ele estava de bicicleta e levou a adolescente para um matagal, onde teria a estuprado pela primeira vez.
Depois, ele a levou para uma casa abandonada, onde passou a noite com a vítima e a violentou outras vezes. Segundo a perícia, foi encontrado material genético do autor na região vaginal e anal da vítima.
Após a série de estupros, o homem matou a adolescente asfixiada e voltou para casa, na sexta-feira (1º). Na residência, a mãe e a irmã comentaram sobre o caso, falando que a família de Amélia talvez não conseguiria nem enterrá-la.
Janildo então voltou para a casa abandonada no sábado (2), enrolou o corpo da adolescente em um lençol e o arrastou para a calçada, para que pudesse ser encontrado.
Durante a perícia na casa abandonada, a polícia encontrou material genético do suspeito, sangue da vítima, roupas íntimas e outros objetos, que possivelmente foram roubados.
O homem já possui passagens por crimes de tráfico de drogas, homicídio e crime sexual. Agora, a polícia divulgou a imagem do suspeito pois acredita que outras vítimas podem aparecer.
Homenagem e pedido de Justiça
Na manhã desta terça-feira (5/12), amigos e familiares de Amélia Vitória fizeram uma caminhada pedindo justiça pela morte da adolescente.
Vestidos de brancos e segurando faixas e cartazes, estudantes, pais e professores saíram da Escola Municipal Sebastiana Lourenço Camilo, em Aparecida, e partiram em caminhada para a Cidade Administrativa.
O ato foi marcado por muita tristeza e diversos pedidos de justiça. Enquanto pediam por justiça, os alunos gritavam o nome de Amélia.
Entre as mensagens carregadas pelos alunos da passeata estavam: “A escola e a família exigem justiça por Amélia Vitória”; “Descanse em paz”; “Clamamos por paz”; Luto por Amélia Vitória”; “Amélia Vitória, você estará para sempre em nossos corações”.
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Relembre o caso
A adolescente Amélia Vitória de Jesus desapareceu na tarde do dia 30 de novembro, depois que saiu de casa para buscar a irmã mais nova na escola, em Aparecida de Goiânia.
Amélia fazia o trajeto de casa até a escola da irmã há cerca de três meses, desde quando a família se mudou para o Jardim Esplanada. Geralmente, a adolescente ia de bicicleta, mas como a mesma estava estragada, ela foi a pé.
Segundo relatos, a família se mudou para o local depois que a casa que eles alugavam foi vendida. Por isso, com os três filhos, o pai e mãe de Amélia precisaram se mudar para um imóvel grande, que era mais distante da escola da filha mais nova.
Entretanto, o percurso não era desconhecido de Amélia, já que antes eles moravam próximo ao local do desaparecimento.
Imagens de câmeras de segurança mostram a garota no trajeto, mas ela desapareceu após se aproximar de uma região de mata. O corpo dela só foi encontrado dois dias depois, enrolado em um lençol na calçada de uma residência.
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