O pedreiro suspeito de matar a estudante Amélia Vitória, de 14 anos, que desapareceu após sair de casa para buscar a irmã na escola, em Aparecida de Goiânia, já reponde por estupro cometido contra a enteada, conforme a Polícia Militar.
Os abusos teriam acontecido em pelo menos cinco ocasiões, quando a adolescente tinha 15 anos. Em decorrência dos abusos, ela acabou engravidando.
O crime aconteceu em Itapirapuã, na região oeste de Goiás, no ano de 2022. A denúncia contra o homem foi feita em agosto do mesmo ano.
À polícia, a enteada do suspeito contou que, além dos abusos, também era ameaçada para que não contasse à família ou denunciasse o crime. A vítima revelou que o homem disse que mataria a mãe dela se os abusos viessem à tona.
Posteriormente, devido à denúncia, a Justiça de Goiás emitiu uma medida protetiva em favor da enteada contra o suspeito. Entretanto, a polícia informou ao TJGO que a determinação do juiz havia sido descumprida.
Além disso, o Ministério Público de Goiás (MPGO) também já havia denunciado o homem por lesão corporal em decorrência de violência doméstica, crime ocorrido em 2015, em Anápolis.
A denúncia foi feita em setembro de 2021 e quase um ano depois, em julho, o processo foi suspenso pois o suspeito não respondeu às intimações e não constituiu defesa.
Desaparecimento e morte de Amélia Vitória
A adolescente Amélia Vitória de Jesus desapareceu na tarde do dia 30 de novembro, depois que saiu de casa para buscar a irmã mais nova na escola, em Aparecida de Goiânia.
Amélia fazia o trajeto de casa até a escola da irmã há cerca de três meses, desde quando a família se mudou para o Jardim Esplanada. Geralmente, a adolescente ia de bicicleta, mas como a mesma estava estragada, ela foi a pé.
Segundo relatos, a família se mudou para o local depois que a casa que eles alugavam foi vendida. Por isso, com os três filhos, o pai e mãe de Amélia precisaram se mudar para um imóvel grande, que era mais distante da escola da filha mais nova.
Entretanto, o percurso não era desconhecido de Amélia, já que antes eles moravam próximo ao local do desaparecimento.
Imagens de câmeras de segurança mostram a garota no trajeto, mas ela desapareceu após se aproximar de uma região de mata. O corpo dela só foi encontrado dois dias depois, enrolado em um lençol na calçada de uma residência.
O pedreiro, de 47 anos, se tornou o principal suspeito depois que o carro dele foi flagrado por câmeras de segurança passando pela rua onde Amélia foi encontrada morta, no momento que foi corpo foi deixado no local.
Em nota, a defesa do suspeito disse que recebeu com surpresa a prisão do cliente, pois ele já havia sido abordado pela polícia e prestado esclarecimentos, sendo liberado por falta de provas. Confira a íntegra:
“O advogado João Tiago Pereira Caixeta esclarece que recebeu com surpresa a decisão que decretou a prisão de seu cliente, vez que a polícia já havia o abordado anteriormente, e após prestados os esclarecimentos, foi liberado por falta de provas.
A defesa técnica informa ainda, que até o momento teve acesso apenas ao conteúdo divulgado pela mídia e que solicitará acesso aos autos quando iniciar o expediente do fórum local, para realização do estudo do caso.
Por fim, a defesa deixa claro que o cliente irá colaborar com o processo até o final, e prestará todos os esclarecimentos necessários para a elucidação do caso.”
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