Três médicos foram mortos e um segue internado após serem baleados em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, na madrugada de quinta-feira (5/10).
Os suspeitos do crime são traficantes e foram encontrados mortos momentos após a execução. Há indícios de que um dos médicos tenha sido confundido com um miliciano que atua na zona oeste do Rio.
Entenda o caso
Um grupo de criminosos chegou ao quiosque por volta de 1h da manhã e atirou mais de 30 vezes contra os médicos, que estavam confraternizando.
Os médicos que morreram são Marcos de Andrade Corsato, de 63 anos, Perseu Ribeiro Almeida, de 33, e Diego Ralf Bonfim, de 35, que é irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP).
Horas após o crime, quatro corpos foram localizados dentro de dois carros que estavam na área onde ocorreram os assassinatos. Conforme informações, dois são de suspeitos de terem participado da execução.
Informações apontam que os criminosos já estava sendo monitorado há meses pela Polícia Civil. O grupo era conhecido como “Equipe Sombra” e sempre utilizava o mesmo carro nos assassinatos da região.
A investigação aponta que o ataque pode estar relacionado a uma disputa territorial entre milicianos e traficantes na região.
Médicos podem ter sido confundidos com milicianos
A Polícia Civil está investigando a possibilidade de que os médicos possam ter sido mortos após um deles ser confundido com um membro de uma milícia. O médico Perseu Ribeiro Almeida, tinha características físicas parecidas com o miliciano, como estatura, peso, barba e cabelo, além de usar óculos.
O miliciano em questão seria Taillon de Alcântara, filho de Dalmir Pereira Barbosa, uma das principais lideranças de uma milícia que atua em Rio das Pedras e Muzema, na zona oeste do Rio.
Em 2020, Taillon foi detido durante uma operação realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), em conjunto com a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO). Naquela ocasião, ele também foi identificado como um dos líderes da quadrilha.
Conforme informações divulgadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) na época de sua prisão, Taillon e outras oito pessoas integravam uma organização criminosa que se envolvia em diversas atividades ilegais, com destaque para a exploração imobiliária clandestina na região. Como exemplo dos perigos dessas ocupações, o MPRJ causou o colapso de dois prédios irregulares em Muzema, ocorrido um ano antes, em 2019.
Taillon foi libertado em 25 de setembro deste ano, de acordo com a decisão da Vara de Execuções Penais do Rio de Janeiro, que optou pelo “livramento condicional” do réu.