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Caso Ariane Bárbara: acusados contam detalhes perturbadores do crime

Estalar de dedos, música, mata-leão, facadas e vigia: tudo havia sido planejado pelos autores do homicídio.

Por Dinake Nubia
Publicado em 30/08/2023 às 15:46
Atualizado em 30/08/2023 às 15:49
Caso Ariane Bárbara: acusados contam detalhes perturbadores do crime

Camisa usada por familiares durante julgamento de Enzo Jacomini. Foto: Reprodução

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Sair para lanchar com os amigos… Quem nunca se viu diante de um convite para socializar, jogar conversa fora e comer alguma coisa na companhia dos amigos, não é mesmo?! Este foi o convite que deu início ao crime que resultou na morte de Ariane Bárbara Laureano de Oliveira, com apenas 18 anos à época.

Quatro supostos amigos se juntaram em um crime perturbador, planejado e com detalhes sórdidos. Desde o convite, até a música tocada no carro na hora do homicídio revelam como o grupo se organizou para ceifar a vida da jovem. Em depoimento, dois dos acusados deram detalhes sobre suas versões do crime. Confira!

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Versões do caso Ariane Bárbara

Raissa Nunes

Em um júri popular de quase 15 horas, dois dos quatro envolvidos na morte de Ariane Bárbara deram suas versões sobre o dia do crime. A primeira surpresa do julgamento veio com a confissão de Raissa, que inicialmente se manteria calada diante do júri.

Durante o interrogatório,  a ré disse que decidiu contar toda a verdade após pensar na própria mãe. Mostrando-se arrependida, Raissa disse que não conseguiria dormir se não contasse o que aconteceu.

Raissa contou que morava em uma cidade do interior de Goiás, mas veio para Goiânia para o aniversário da menor envolvida no crime. Segundo Raissa, nos dias em que ficou na capital goiana o crime começou a ser arquitetado.

“Primeiro ela pediu para eu escolher alguém, mas eu não escolhi. Então ela escolheu a Ariane. O plano era para que eu enforcasse ela [Ariane]. Ela [a menor], queria que eu matasse ela [Ariane].”

No dia do crime, Raissa conta que usou cocaína e que, segundo a menor, era para ‘dar mais coragem’. Para atrair a vítima, mandaram uma mensagem chamando ela lanchar, dizendo que a buscariam em casa, pagariam a comida e depois a deixariam na residência. Com todos no carro, seguiram em direção ao Lago das Rosas, onde pegaram a vítima.

  • Mais sobre o caso: Suspeita postou fotos de facas nas redes sociais antes do crime

Um dos pontos perturbadores revelados em depoimento, foi a arquitetura combinada entre os envolvidos para dar início no crime. Eles tinham sinais e até mesmo uma música para matar a jovem. Um dos detalhes sórdidos se deu quando Raissa confessou que tentou asfixiar Ariane e que deu a primeira, de oito facadas que ela levou.

“Quando chegou em uma rua mais escura, começou a tocar a música e eu comecei a sufocar a Ariane, mas parei. Depois fui para o banco da frente e a Freya para o banco de trás. Aí a Freya começou a enforcar a Ariane. Ela [a menor] pediu para eu esfaquear. Fui eu quem deu a primeira facada, foi no peito.”

Outro momento marcante do depoimento de Raissa foi o pedido de desculpas à mãe da vítima. Chorando, ela disse que “pediu a Deus para trazer Ariane de volta”.

Ao ser questionada se deveria ser condenada, a ré citou o versículo bíblico de 1 Coríntios capítulo 4 versículos 3 e 4.

³ Todavia, a mim mui pouco se me dá de ser julgado por vós, ou por algum juízo humano; nem eu tampouco a mim mesmo me julgo.
⁴ Porque em nada me sinto culpado; mas nem por isso me considero justificado, pois quem me julga é o Senhor.

YouTube video

Jeferson Cavalcante

Jeferson Cavalcante, motorista do carro no dia do crime, também confessou a participação durante o júri. Ele chegou a dar detalhes de como o crime aconteceu, sob sua visão. Ele ainda foi o vigia para a ocultação do corpo.

Um dos momentos reveladores do depoimento foi quando o réu disse que presentou Raissa e a menor com as facas utilizadas no crime. Ele teria dado o presente dias antes do assassinato.

Caso Ariane Bárbara
Facas usadas no homicídio de Ariane Bárbara. Foto: PCGO/ Divulgação

Além disso, ele também detalhou que a menor apreendida è época o ameaçou para que participasse do crime. Caso contrário, ela mataria ele e a família dele.

No dia do crime, Jeferson alega que a menor mandou ele tirar a tampa do porta-malas do carro e que o forrasse com plástico. Ele também contou que recebeu instruções para estalar os dedos para começar o homicídio e Freya ficou encarregada de colocar a música.

O detalhe é que, mesmo sabendo que seria cometido um homicídio, Jeferson alegou que não sabia que a vítima seria Ariane, só teve conhecimento momentos antes.

O réu ainda revelou que, depois que Raissa tentou enforcar Ariane pela primeira vez, “ficou um clima diferente no carro”. Mesmo assim, a vítima riu pensando que fosse uma brincadeira.

“Passaram uns minutos, Raissa tentou e não conseguiu de novo. Nisso, a Freya pulou pro banco de trás e deu um mata-leão na Ariane e a Raissa deu a facada, com incentivo de Sarah e Freya”, revelou. 

 

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Ao juiz, Jeferson ainda falou sobre seu relacionamento com Freya (Enzo Jacomini). Disse que a conheceu em um aplicativo de relacionamento e a chamou em uma rede social, mas negou que tenha tido um envolvimento amoroso com ela.

Entretanto, minutos antes, em seu depoimento, Raissa disse que Jeferson e Freya já haviam se beijado.

A menor

Apesar de não prestar depoimento durante o julgamento nesta terça-feira (29), a menor envolvida no caso foi citada diversas vezes pelos acusados, sendo apontada como a ‘cabeça’ do crime.

Durante o debate, o Ministério Público apresentou versões dadas pela adolescente na delegacia à época do crime. Segundo o magistrado do Juizado da Infância, a menor alegou que Raissa queria “saber se era psicopata”, por isso, precisava matar alguém.

Ao juiz, a menor ainda teria dito que não considerava Ariane como amiga, pois não tinha muita intimidade. Sobre Freya ela disse que conhecia apenas da internet e que era amiga apenas de Raissa.

  • Mais sobre o caso: Comportamento dos suspeitos nas redes sociais após o crime

Questionada sobre o crime à época dos fatos, a menor disse que concordou em apenas dar um susto em Ariane, que supostamente a teria assediado.

“A gente só ia dar um susto. Eu não imaginava que o homicídio ia acontecer. Eu já tinha falado que não ia me envolver isso, que não ia encostar minha mão nela.”

Enzo Jaconimi (Freya)

Enzo Jacomini, que usa o nome social de Freya, passou por júri popular em março deste ano e foi condenado por homicídio e ocultação de cadáver. No julgamento, ele usou o direito constitucional de permanecer em silêncio.

Entretanto, em depoimento na delegacia, ele falou sobre a dinâmica do crime e também sobre a condição de Raissa querer provar um possível transtorno de personalidade.

“Raissa sempre quis matar alguém e que por isso mataria Ariane. E que Jefferson ia estalar os dedos como sinal e quando ele fez isso, Raissa começou a rir e tentou dar um mata leão em Ariane”, disse o depoimento de Enzo.

Ministério Público

Para o Ministério Público, o crime foi cometido pois Raissa queria testar se tinha ou não algum traço de psicopatia. Ariane foi escolhida aleatoriamente, mas levando em consideração sua estatura e peso, que dificultaria as possibilidades de reação.

O promotor Maurício Gonçalves de Camargos, do Ministério Público, todos os envolvidos tiveram a mesma parcela de culpa no homicídio. Além disso, apontou controvérsias entre os depoimentos dos réus e o laudo da perícia.

“O laudo aponta 8 facadas, mas as acusadas não admitem. A materialidade do fato é incontroversa[…] Tire o Jeferson da cena do crime, que a Ariane não teria sido morta como foi”, disse Maurício.

Mãe da vítima

Ariane Bárbara
Ariane Bárbara foi morta em agosto de 2021, em Goiânia. Foto: Arquivo pessoal/ Eliane Laureano

Eliane Laureano, mãe de Ariane Bárbara foi a primeira a ser ouvida durante o julgamento na terça (29). Emocionada, a mãe relembrou como a filha era e como conheceu os acusados.

“Ela gostava muito de dançar, depois ela começou a gostar da pista de skate, que foi quando ela conheceu esses assassinos”. 

À época do crime, Eliane disse recebeu um áudio da filha dizendo que ia sair para lanchar, mas nunca retornou para casa. Ela também chegou a receber mensagens da menor pedindo desculpas e revelando detalhes da morte da filha.

Por meio das redes sociais, ela dizia estar arrependida do que fez. “Eu sinceramente não aguento mais a culpa me corroendo”. A adolescente foi apreendida dias depois.

Condenações

Raissa Nunes Borges foi condenada a 15 anos de prisão por homicídio qualificado, por motivo fútil e que impossibilitou a defesa da vítima, e ocultação de cadáver.

Jeferson Cavalcante Rodrigues foi condenado a 14 anos de prisão, por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

Enzo Jacomini, que usa o nome social de Freya foi condenada a 15 anos de prisão por homicídio e ocultação de cadáver.

De acordo com o promotor Maurício Gonçalves, a menor envolvida no crime foi apreendida e teve a maior punição prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente.

Tags: caso ariane bárbarajulgamentojúri popular

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