Raissa Nunes Borges e Jeferson Cavalcante Rodrigues foram condenados a mais de 14 anos de prisão pelo homicídio da jovem Ariane Bárbara Laureano Oliveira. Eles passaram por julgamento na tarde desta terça-feira (29/8), mais de dois anos após o crime.
Em depoimento, ambos confirmaram a participação no crime e apontaram que o mesmo teria sido planejado por uma menor, que foi apreendida à época dos acontecimentos.
Raissa Nunes Borges foi condenada a 14 anos de prisão, pelo crime de homicídio qualificado, por motivo fútil e que impossibilitou a defesa da vítima, mais 1 ano pelo crime de ocultação de cadáver, totalizando 15 anos de prisão.
Jeferson Cavalcante Rodrigues foi condenado a 13 anos de prisão, por homicídio qualificado, mais um 1 ano pelo crime de ocultação de cadáver, totalizando 14 anos de prisão.
Ambos os réus foram absolvidos do crime de corrupção de menor. A pena deverá ser cumprida na Penitenciária Aldemir Guimarães, em Aparecida de Goiânia, inicialmente em regime fechado.
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A defesa de ambos deve recorrer sobre o tempo de pena. A defesa de Jeferson Cavalcante achou a pena incompatível com a participação dele no crime. Já a defesa de Raissa Nunes, disse que a condenada é ré confessa, o que deveria reduzir a pena.
Além dos dois condenados nesta terça-feira, a ré Enzo Jacomini Carneiro Matos, que usa o nome social de Freya, foi condenada em março deste ano a 15 anos de prisão também por homicídio e ocultação de cadáver.
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Resumo do julgamento do caso Ariane Bárbara
Raissa foi a primeira ré a prestar depoimento. Inicialmente, a defesa afirmou que ela se manteria calada, mas ela disse que decidiu falar após pensar na mãe. Durante a fala, Raíssa deu detalhes do crime e ainda pediu desculpas a mãe da vítima.
Em diversos momentos, a ré culpou a menor pelo crime e disse que foi influenciada por ela. Raíssa ainda contou que o crime foi planejado, mas que Enzo Jacomini, que usa o nome de Freya, foi chamada em cima da hora.
“Eu queria agradar ela. Ela me tinha como a melhor amiga, mas eu era marionete dela, eu fazia o que ela quisesse. Eu me preocupava muito em agradar ela”, disse Raíssa.
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Durante o depoimento, Raíssa disse que deu a primeira facada na vítima e também tentou asfixiá-la. Ela ainda contou que Freya e a menor teriam ajudado a carregar o corpo para a mata e cobrir com pedras.
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Jeferson Cavalcante, também prestou depoimento e confessou a participação no crime. Ele foi o responsável por dirigir o veículo utilizado no crime e também foi vigiar o local durante a ocultação do cadáver.
Ao juiz, o réu disse que foi ameaçado pela menor para participar do crime. Segundo ele, a menor disse que mataria ele e sua família caso recusasse a ajudar. Além disso, também teria dito que o pai dela era traficante em Brasília e que a mãe tinha passagens pela polícia.
Jeferson também disse em depoimento que já havia percebido que a Raíssa era manipulada pela menor. Além disso, contou que as facas usadas no assassinato foram presentes dele para elas dias antes do crime.
Após a sentença do julgamento, a mãe de Ariane disse, em entrevista, que estava indignada com o resultado.
“Muita indignação. Muito pouco. Tá todo mundo abraçando suas mães. E eu estou abraçando quem agora?”
Relembre o caso
O crime aconteceu em agosto de 2021, quando Ariane Bárbara foi morta com golpes de faca dentro de um carro, em Goiânia. De acordo com o inquérito policial, os três acusados, juntamente com uma adolescente, conheceram a vítima em uma pista de skate. Eles tinham amizade e teriam convidado Ariane para lanchar, já com intenção de cometer o crime.
Investigações revelaram tudo foi premeditado, tendo os acusados inclusive combinado um sinal para começar o crime, além de colocar uma música que a vítima gostava no momento em que a matavam.
Após o crime, o corpo de Ariane Bárbara foi levado para uma área de mata no setor Jaó, em Goiânia, e coberto por pedras e entulhos de obras. Ele só foi encontrado uma semana depois. Os acusados foram presos e a adolescente apreendida cerca de 20 dias após o crime.