Internado há mais de 15 dias, o apresentador Fausto Silva, o Faustão, entrou para a fila única de transplante de coração. Este tipo de transplante é indicado para pacientes que enfrentam cardiopatias graves que não podem ser tratadas com medicamentos ou procedimentos menos invasivos.
O órgão é considerado vital para os seres humanos. Mas afinal, você sabe como funciona a fila e quem tem prioridade para receber o órgão?
Como funciona a fila para o transplante de coração
Tradicionalmente, as doações de órgãos vêm principalmente de doadores que sofrem morte cerebral enquanto os corações ainda permanecem batendo.
Os doadores de coração precisam ter menos de 60 anos e não ter uma doença arterial coronariana ou outras doenças cardíacas. Além disso, o tipo de sangue e o tamanho do coração do doador e do receptor têm que ser iguais.
Entretanto, é preciso ressaltar que, conforme previsto em lei, a doação só pode ser realizada com a autorização da família.
No Brasil, cerca de 65 mil pessoas estão esperando por um órgão, segundo o Ministério da Saúde. Em São Paulo, de acordo com o Hospital do Coração (HCor), a espera por um coração varia de 12 a 18 meses.
O Sistema Único de Saúde (SUS) é responsável por gerenciar a fila, avaliando as prioridades de acordo com cada situação e atualizando-a à medida que o quadro clínico de cada paciente evolui.
De acordo com o Hospital Albert Einstein, onde Faustão está internado, a fila em São Paulo leva em consideração o tempo de espera, tipagem sanguínea e gravidade do caso.
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Quem tem prioridade?
A ordem de prioridade na fila é uma etapa fundamental para a distribuição justa e eficiente dos órgãos disponíveis. A prioridade de transplante cardíaco é definida principalmente pela gravidade da condição médica do paciente. Aqueles cujas vidas estão em risco devido a doenças cardíacas graves recebem um status prioritário.
Outros fatores também são considerados, como se o coração do doador é compatível com o do receptor e a saúde geral da pessoa que precisa do transplante.
A lista de espera é atualizada sempre que há novas informações sobre a saúde dos pacientes. Isso significa que as posições na fila podem mudar à medida que os médicos sabem mais sobre a condição de cada um.
Atualmente, as doenças cardiovasculares são as mais comuns entre os brasileiros e também a principal causa de morte. De acordo com o médico cirurgião Paulo Pego, os pacientes transplantados podem voltar a ter qualidade de vida.
“A grande vantagem do transplante é que o paciente passa a ter uma qualidade de vida normal, dependendo apenas de imunossupressores e controle clínico”, afirma o médico Paulo Rego, do Hospital do Coração, em vídeo no Youtube.
Faustão
Aos 73 anos, o apresentador está no Hospital Albert Einstein fazendo diálise e necessitando de medicamentos para ajudar na força de bombeamento do coração, enquanto espera na fila de transplantes.
Durante a carreira, Faustão chegou a fazer campanhas de conscientização para doação de órgãos. Em 2016, ele exibiu diversos casos de pessoas beneficiadas por um transplante, inclusive, uma criança de dez anos.